Capítulo vinte e um

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- E que tal esse? - Circulo com a caneta azul o anuncio no jornal e entrego na direção de Mia, que estava apoiada no balcão do bar

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- E que tal esse? - Circulo com a caneta azul o anuncio no jornal e entrego na direção de Mia, que estava apoiada no balcão do bar.

Ela toma o papel nas mãos e lê com atenção, enquanto eu aproveitava para terminar de lavar os copos. O movimento na boate estava fraco naquele dia, já que era início de semana.

- Não vai dar certo. - Diz de repente e joga o jornal de volta na minha direção, indiferente.

Intercalo o olhar entre os dois e suspiro, fechando a torneira.

- Virou vidente?

- Não, isso se chama experiencia própria. - Os cantos de seus lábios se abrem em um sorrisinho torto. - Já fiz entrevista neste lugar há alguns meses.

- Tenta de novo. - Encolho os ombros. - Dizem que a segunda vez dá sorte.

Mia revira os olhos ao mesmo tempo que não consegue evitar o riso, eu observo-a com cautela. Ela estava rindo, mas não estava alegre.

- Jackson, você é tão positivo para algumas coisas e tão negativo para outras. - Zomba. - Tenho dó da sua futura namorada que vai ter que lidar com isso.

- Já que isso não vai acontecer tão cedo, cabe a você me aturar. - Levanto e abaixo as sobrancelhas.

- Maravilha, ganhei na loteria.

Mia voltou a ficar em silêncio e a perder o olhar pela pista de dança, que estava quase vazia.

A garota em minha frente era uma das únicas que eu deixei entrar na minha vida nos últimos anos, já que ter tempo para novas amizades era quase impossível, principalmente depois que minha mãe adoeceu. E vê-la naquele estado, sem o sorriso contagiante no rosto que costumava ter e a alegria que transmitia aos outros, me incomodava e agora tudo o que restava era um semblante triste e tedioso.

Respiro fundo e jogo o pano que estava usando para secar os copos de lado. Mia me olha curiosa, enquanto eu ia até o armário onde deixava minha bolsa. Abro-a e procuro por algo durante algum tempo, e quando acho dou a volta no balcão e pairo ao seu lado com um sorriso largado no rosto.

- O que é isso? - Ela questiona olhando para o papel que eu segurava e apontava para ela.

- Leia.

Mia estava com as sobrancelhas arqueadas e a testa franzida, ela intercalou o olhar entre o meu rosto e o papel durante algum tempo antes de resmungar e aceita-lo. Cruzo os braços e observo-a ler atentamente, sem deixar de sorrir com a ideia que havia tido.

- Bolsa de estudos? - Quebra o silêncio, levantando os olhos amendoados para mim. - O que tem isso?

- É na minha faculdade.

- E? - Agora sua expressão estava ainda mais confusa. - Pretende fazer a prova de novo? Pensei que tivesse bolsa integral.

- E eu tenho. - Meu sorriso se estende e eu me aproximo da moça de quase mesma altura que eu. - Não querendo me gabar, mas passei em primeiro lugar na prova do meu ano.

Os opostos não se atraem, se completam.Onde histórias criam vida. Descubra agora