Capítulo vinte e dois

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— Bom dia, querida

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— Bom dia, querida. — Meu pai cumprimenta sorridente ao entrar na cozinha, onde eu estava tomando suco sentada ao lado da ilha da cozinha. — Não deveria estar na faculdade?

Apenas assenti que não, recebendo um olhar curioso de volta.

Eu poderia explicar que, naquele dia em especifico, eu não tinha aulas nos últimos dois horários. Mas, sinceramente, depois do que eu descobri semana passada, minha única vontade era de esgana-lo.

— Agatha, minha esposa está? — Questiona a governanta que estava concentrada em um caderninho nas mãos.

— Está sim, senhor. Dona Helena está se arrumando para o jantar. — Avisa, com um sorriso breve. — Estou fazendo a lista de compras dessa semana.

— Tudo bem. — Assentiu e veio em minha direção, inclinando o corpo para pegar uma das mãos na cesta em cima da ilha. — Querida, já que estamos em casa hoje, vamos jantar juntos.

Eu estava me controlando ao máximo, mas possivelmente o olhar mortal que eu dei para ele entregou algo, porque papai franziu as sobrancelhas levemente e me olhou de volta confuso.

Sem paciência para drama, apenas respiro fundo para manter a calma e nego.

— Minha dupla de trabalho está vindo, não vai dar. — Respondo simples e rápido, sem dar-lhe muita atenção.

— Não seja por isso. — Encolhe os ombros, inocentemente. — Sua dupla é muito bem vinda a mesa conosco.

Fecho os olhos e seguro a risada espontânea que sobe pela minha garganta. Ele estava sendo tão gentil que quase — quase — me fazia acreditar que ele era um santo.

— Não sei se eu quero que ele jante conosco. — Volto a atenção para o suco, agora em cima do balcão.

— Deixe de bobagem, ele ou ela jantara conosco, está resolvido.

Papai sorri vitorioso e, antes que eu pudesse rebater, inclina na minha direção para depositar um beijo no topo da minha cabeça, mas eu me esquivo rápido.

— Vou esperar por ele lá fora. — Explico quando ele e Agatha me olham torto.

Aperto os passos até a saída da casa e, quando sinto a brisa do entardecer bater em meu rosto, respiro o mais fundo possível. Sentia como se meu coração fosse explodir e minhas pernas perderem as forças, quase como um vertigem que me leva a me apoiar em uma das colunas da entrada, torcendo para que alguém na empresa ligasse para o meu pai e o tirasse de casa pelo resto do dia — ou até que eu estivesse dormindo.

— Você não vai desmaiar, vai?

A voz de Jackson quase me faz ter um ataque do coração, olho para ele espantada e o mesmo ri de mim.

— É que eu não estou afim de te segurar. — Encolhe os ombros, indiferente.

— O que faz aqui? — Posso jurar que estou torcendo o nariz.

Os opostos não se atraem, se completam.Where stories live. Discover now