Barreira do destino

Uma decisão perigosa

Uma decisão perigosa

Naquela noite, Mal saiu do castelo de Evie de maneira sorrateira, como da vez que entrou com a princesa em seus braços num imenso sono pesado. Mas Mal não voltou para a sua casa, o tempo estava limitado e a coisa que menos esperava, aconteceu. A maldita indecisão. A maneira delicada que Evie sempre agia, a forma da de cabelo azul de simplesmente ser, alguma coisa estava errada na cabeça de Mal, alguma coisa naquele último olhar de Evie a fez repensar.

A filha da Malévola vagava pela olha dos perdidos, de maneira silenciosa, passava por ruas e becos, parecia andar em círculo, até que chegou uma balsa, a que trazia coisas vindas de Auradon. Naquele momento Mal não soube exatamente o dia da semana, não era para a chegada de coisas ter sido hoje, não que essa preocupação fosse importante, mas era curiosa.

Mal entrou no navio de carga, procurando objetos que poderia trocar com Jay ou com o próprio Jafar, ou simplesmente procurando coisas úteis. Para ser sincera, nem ela mesmo sabia o que estava procurando, simplesmente queria se livrar de alguns pensamentos.

Em meio ao entulho, Mal achou um pingente dourado perdido ali. Não tinha total certeza de ser ouro puro, mas parecia. O pingente tinha a forma de um coração, e em um movimento ao tentar limpar a poeira, ele abriu, e tinha um emblema de coroa em um lado e um M no outro. Mal escondeu rapidamente no bolso ao ouvir um caminhar conhecido.

— Carlos... Carlos – Mal falou de maneira astuta, olhando-o, percebendo o jeito pálido que ele ficou ao ouvir sua voz.

Ele engoliu em seco

— Oi... Mal... – ele se virou, olhando-a.

— Jay me contou sobre a sua máquina, eu tenho um plano e você e Evie estão nele.

— Que plano? – Carlos arregalou os olhos, até então não sabia do que a máquina ainda era capaz.

— Vai descobrir quando chegar a hora – Ela disse séria, e saiu de lá, sem ao menos se despedir.

Naquela madrugada, Mal voltou para o quarto de Evie, pela janela, totalmente silenciosa. Ela deixou o colar na cômoda ao lado da cama e se deitou ao lado de Evie, abraçando-a. Colocou o rosto entre os cabelos de Evie, mas não dormiu, apena ficou ali, pensando naquela que estava em meios aos seus braços.

Evie sonhou como em quase todas as noites, um sonho parecido com a história da Aurora. Ela dormia de maneira bela, mas não houve um príncipe para acordá-la, e sim a herdeira do dragão. Mal estava com os cabelos num tom de roxo intenso, os olhos verdes brilhavam esferas. Sentiu os lábios cor cereja tocar levemente os seus, despertou sorridente e a puxou intensificando o beijo.
 
A princesa da ilha acordou do seu sonho mais belo com um barulho atordoante, parecia vir lá de fora, ela levantou ainda sonolenta e caminhou até a janela e quase tombou para trás quando abriu as cortina e colocou seus dedos, que agora estavam gélidos, na grade. Ela não queria acreditar no que estava ali. Com as últimas forças que lhe restaram, ela correu até a porta, mas ela não abriu, e então começou a bater sem parar, deixando as lágrimas escorrerem simplesmente pelo pânico do que estava acontecendo.

Sentiu a porta ser destrancada, então deu um passo para trás. A Rainha Má estava ali, com as mesma roupas do dia que ordenou ter o coração da Branca de Neve numa caixa. Evie não se permitiu falar, apenas aguardava uma resposta.

— Evie... – a voz de sua mãe saiu calma, mas parecia agulha furando sua audição. — Sabe que tudo que sempre fiz foi para o seu bem, e continuo fazendo.

Evie fechou os olhos junto com o punho. Abriu os olhos com o maxila travado.

— Você não pode me proibir de amar, ninguém pode!