He's been in a funk

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Abril de 1992

Jimin's POV

Minha mãe era o tipo de pessoa que acreditava em destino, falava que tudo ocorre por um motivo e que algumas coisas simplesmente estão escritas na sua linha da vida, não havendo como fugir do que acontecerá, sendo para resultados bons ou ruins, mas eu nunca tive a mesma opinião sobre isso, claro que respeitava e entendia porquê ela pensava assim, porém discordava.

Eu acreditava mais em carma, ações que geram reações, decisões ruins que levam a resultados ruins, ou ao contrário, pois ninguém pode sair por aí agindo como um babaca achando que as coisas nunca vão se voltar contra ele, então mantinha em minha mente que eu faria o bem, seria educado e bondoso até quem não merecia esse tratamento vindo de mim, porque mesmo que ninguém estivesse olhando, mesmo que ninguém soubesse, eu estaria com minha consciência limpa e isso me bastava. 

Porém numa dessas vezes, realmente não tinha pessoas vendo.

Trabalhar na confeitaria não exigia muito de mim além da paciência, lidar com o público com certeza não era um dos meus fortes naquela época, bem diferente de hoje em dia, mas mesmo assim, durante meus primeiros meses ali nunca tive algum problema com os clientes, às vezes lidava com aquela galera que chegava toda estressada, impaciente e até sendo rude, porém nada que eu não tivesse conseguido contornar.

Entretanto, enquanto eu estava ali recém completando meus dois meses de emprego, um certo cliente começou a frequentar o lugar quase todos os dias, era um homem jovem e bem vestido, com um rosto familiar, mesmo que eu não me lembrasse onde tinha o visto antes. Fui eu que o atendi em praticamente todas as suas visitas à confeitaria, porém havia algo nele que me incomodava bastante, além do comportamento raivoso que sempre demonstrava.

O cara falava comigo com um ar de superioridade ridículo, era grosseiro e pedante, sem contar que cansei de trocar os pedidos dele porque ele reclamava de alguma coisa sem sentido nas bebidas ou comidas, parecia fazer questão de me ver trabalhar mais para servi-lo, não era somente um cliente mal-humorado e mal-educado, eu sentia que tinha sido colocado na mira dele.

Em palavras mais atuais: ele havia pegado algum ranço de mim por alguma razão que eu ainda não conhecia, e não fazia questão alguma de esconder isso. Porém eu me esforçava para ser o mais simpático possível, sempre o atendendo bem e dando toda a atenção necessária, mas isso não parecia causar nenhum efeito nele, já que continuava agindo da mesma maneira desrespeitosa.

Cerca de uma semana depois, eu acabei trombando com ele fora do meu ambiente de trabalho, no meio do corredor da minha faculdade para ser mais exato, me fazendo entender porque achava suas feições familiares antes. Mas ali ele não demonstrou seu comportamento desdenhoso de sempre, na verdade até abaixou a cabeça e desviou de caminho quando notou que eu estava bem na sua frente.

Fiquei pensativo sobre aquilo e resolvi comentar com minha colega Dahyun, que me surpreendeu ao revelar que o tal cliente arrogante na verdade era filho do dono da confeitaria. Eu somente não tinha o visto antes porque o rapaz antes trabalhava naquele horário, porém tinha sido despedido naquela semana, então voltou a visitar o estabelecimento do seu pai durante as tardes.

Compreendi assim que era somente mais um riquinho mimado e prepotente, que tratava os funcionários com arrogância, e Dahyun afirmou que ele realmente sempre agiu daquele jeito esnobe, porém aparentava ter piorado bastante, sendo ainda mais insolente e soberbo do que antes, principalmente quando era eu o atendendo.

Mas eu apenas compreendi o comportamento daquele cara comigo quando fui chamado no escritório do chefe dias depois, para ser avisado que estava sendo demitido.

The 90s and My Soul ||ji•kook||Where stories live. Discover now