0.7. Ômega [Ωω]

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— Então você é o ômega com quem entramos em contato ontem? — Chin-sun perguntou animada, adorava a presença de pessoas novas. Por vezes pedia ao filho e ao marido para levarem os amigos para a sua residência, gostava de fazer festas e aniversários. Ela mesma não tinha amigos, por isso cativava cada pessoa que conhecia.

— Sim, senhora! — Sorriu. — Na verdade, quem procurou a vaga ontem foi meu irmão alfa, Namjoon. Eu sou Kim Taehyung.

Estavam Taehyung, Chin-sun e Yejun sentados no escritório do alfa. A entrevista de emprego do ômega estava em andamento, mesmo que o casal estivesse gostando do rapaz, precisavam fazer as perguntas.

— Sinto que o conheço de algum lugar... — O alfa disse, aquele menino não lhe parecia estranho. — Você já trabalhou em algum lugar antes? — Taehyung negou.

— Eu terminei os meus estudos faz poucos meses. — Disse colocando a destra sobre a barriga coberta por um moletom largo logo tirando-a, ficou em alerta achando que alguém pudesse ter notado. Aparentemente não. Um silêncio pairou pelo lugar, então o Kim entendeu que estavam esperando o resto de sua história. — Perdemos nossos pais quando eu tinha nove anos e Namjoon tinha doze, eles... — Ponderou sentindo sua garganta doer. — Eles foram assassinados por dois assaltantes.

— Oh! — A outra ômega se sentiu comovida pelos olhos marejados do pequeno e foi até ele que estava no outro sofá, para abraçá-lo. — Não chore, querido. Não chore!

Yejun se sentiu culpado por ter sido tão direto com o rapaz, como pedido de desculpas liberou seu feromônio alfa para acalmá-lo. Taehyung sentiu sua presença suave, o cheiro de capim limão soando familiar e naturalmente paterno. O alfa lembrava-se vagamente de algum caso... A campainha tocou.

— Deve ser Hanse, ele provavelmente já voltou do mercado.

O beta tinha ido fazer compras a mando dos patrões, minutos depois do Kim chegar na residência, era quase que proposital para que tivessem privacidade.

— Eu vou lá ajudá-lo a guardar as coisas. — Taehyung ia se levantar, mas Yejun não permitiu.

— Querida...

— Eu vou fazer isso, fiquem aqui e continuem a conversa sem mim. — Os outros dois assentiram, então a ômega saiu do escritório fechando a porta atrás de si, deixando-os sozinhos.

— Quantos meses? — O patriarca dos Jeon's disse assim que viu que a esposa já não estava por perto, Tae fraziu a sobrancelha antes de arregalar os olhos ao constatar do que se tratava.

— S-senhor eu... Eu posso... Eu posso explicar! — O Kim se desesperou gesticulando com as mãos rapidamente.

— Não se assuste, menino. Eu não vou fazer nada com você, apenas me diga há quantos meses carrega um bebê em seu ventre.

— Quinze semanas... D-digo... Três meses, quase quatro. — O ômega tentou se controlar, mas se tornou ainda mais difícil ao notar o olhar pesado do senhor de idade. — S-senhor, por favor não me negue este emprego! — Disse desesperado. — Eu preciso muito dele! Em casa apenas o meu irmão alfa trabalha em um posto de gasolina, não temos dinheiro suficiente para cuidar do bebê, por isso preciso trabalhar! — Yejun negou fazendo Taehyung se desesperar.

— Eu nunca negaria emprego a um ômega apenas por estar grávido, apenas sou curioso. — Sorriu enquanto via o olhar perplexo do mais novo. — Precisamos fazer um cronograma especialmente para você. Não quero que pegue peso, faça trabalhos pesados ou coisas que te causem enjôo. Sei que você pode se sentir mal ao cozinhar, então apenas faça quando estiver se sentindo bem para tal. Lembre-se também te trazer seus documentos amanhã, vamos incluir você no plano de saúde.

Porque O Seu Cheiro Ainda Está Em Mim - TaekookWhere stories live. Discover now