9 - Equivocada (+18)

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Antes que ela respondesse, ele envolveu os lábios dela com os seus roubando-lhe o ar e a lucidez. Ela não tinha forças para resistir, seus beijos eram tão afáveis, como negar-se diante daquela sensação? Sem parar de beijá-la, ele dizia baixinho sussurrando:

_ Vem, vem comigo?

Maria não respondeu, mas envolveu seus braços em seu pescoço e correspondeu aos beijos de Esteban de uma maneira que fez com que ele entendesse sua atitude como um sim. Agarrados, tão juntos como se fossem um e sem deixar de beijar-se, os dois seguiram pelo corredor rumo àquela câmara nupcial que não compartilhavam desde sua noite de núpcias. Às vezes passavam por lá sozinhos, sem a companhia um do outro e reviviam aquele momento tão doloroso na relação deles. Depois de percorrerem o corredor vazio trocando ardentes e arrebatadores beijos, Esteban comprimiu o corpo de Maria contra a porta do quarto e parou de beijá-la fitando-a desesperado de desejo.

_ Te amo! Te amo!

Por trás do corpo de Maria, abriu a porta a conduziu até o centro do quarto onde parou de beijá-la e se afastou um pouco dela, olhando-a impetrante.

_ O que foi? Porque você está me olhando assim? - indagou Maria sorrindo.

_ Me deixe te contemplar. Assim... - ele disse com os olhos tomados de um intenso brilho. - Para mim você é uma diva. Tão fantástica, tão bela, tão...

_ Tão o quê? - ela se interessou pela peculiar declaração dele.

_ Tão inalcançável. - disse com um certo pesar na voz

_ Eu estou aqui, não estou? - ela disse como que duvidando.

_ E não vai a lugar nenhum!

Afirmou Esteban enquanto a tomava novamente em seus braços para beijá-la. Girou-a e a abraçou por trás beijando seu pescoço fazendo com que Maria fechasse os olhos ao sentir o toque tão sensível e apaixonado do homem que amava. Seria real? Não seria tudo aquilo um sonho como tantos que havia tido com ele? Tantas vezes sonhara que os dois esqueciam as mágoas e se entregavam à paixão e que ele a fazia sua, que ela era inteiramente dele outra vez e a emoção de sentir suas carícias abrasadoras não a deixavam perceber se estava sonhando ou se era real. Pois, se era um sonho, o viveria intensamente até o último instante sem pensar em nada mais. Suspirou ao sentir um alijamento da pressão em seu tórax quando Esteban soltou os primeiros amarrilhos do espartilho que sustentava o vestido e desenhava sua silhueta.

Esteban lentamente desfez cada um dos amarrilhos com uma paciência curiosa. Ele também vivenciava cada partícula daquele momento com um afã de que durasse para sempre, que fosse eterno. Sentia também que podia ser só um devaneio, um delírio como o que tivera outras vezes. Algumas vezes havia fantasiado que Maria irrompia pela porta de seu quarto e lhe dizia que o amava, que queria ser dele. Em sua mente apreciava cada momento daquele instante desde aquele momento tão sublime em que a despia, como naquela hora, até o insuperável instante em que seus corpos se uniam em um só. Mas logo a tristeza tomava conta dele quando aquela imagem desvanecia e desaparecia no vazio porque nunca, jamais havia acontecido.

Já sem o espartilho e com poucas peças do vestido que cobria seu belo corpo jovial, Maria ficou de frente de Esteban e, aproximando-se dele, começou a desabotoar sua camisa. Ele já havia se desfeito do terno, da gravata e do colete ao entrarem no quarto e desfrutava das mãos de sua mulher sobre sua última peça de roupa que cobria seu corpo. Ele pegou Maria, e, em seus braços, a levou até a cama onde acariciou seus cabelos negros tentando encontrar uma maneira de soltá-los.

_ Seus cabelos... Seus cabelos são tão lindos.

Beijava cada parte do rosto de Maria e ela o olhava com certa agonia. Esteban acariciou seus seios e ela fechou seus olhos e delirou de desejo com aquele estímulo. Ele sorriu:

Em Busca de Teu PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora