15 - Por Ti

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Acompanha o capítulo a canção da banda Ella Baila Sola "Por Ti"
Podem ouvir nesse link ~> https://www.youtube.com/watch?v=VTQlJPXVSwo

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Maria olhou para Esteban com os olhos carregados. Não eram só as lágrimas que enchiam-nos e embaçavam seu brilho, eles estavam fatigados. O peso daquela história aparecia todo em seus belos olhos. Sentia raiva, medo, mas, sobretudo sentia-se cansada. Cansada de lutar, de atacar a Esteban e ser atacada por ele. De ver como um amor tão lindo e devotado, principalmente de sua parte para com ele, vinha se transformando em dor e em mágoa. O mais certo seria se afastar.

Sim! Afastar-se de Esteban de uma vez e que algo de bom pudesse restar ainda daquele amor. E aquele algo era Isabel. Mas o que fazer naquele momento? Dizer-lhe a verdade? E como faria isso? Como faria isso sem ser impedida pela raiva e o ódio que tomavam conta de seu coração todas as vezes em que ele duvidava dela? Esteban não a merecia, não merecia Isabel, não merecia a nenhuma das duas!

Além disso, jamais havia podido voltar a confiar novamente em Esteban depois do que ele lhe fez, depois de haver sido trocada por Ana Rosa e por seu dinheiro. E essa mulher, essa mesma mulher agora voltava a aproximar-se deles naquele momento. O amor dos dois estava condenado. Sempre estivera desde que Esteban fez uma escolha e não havia mais remédio, nada a fazer.

_ Até quando você pretende manter-se calada? Eu te fiz uma pergunta, Maria! Eu mereço uma explicação, esta explicação eu mereço! – Esteban reclamou-lhe.

Maria seguiu sem responder. Tantos sentimentos giravam dentro dela, ela estava tão confusa e mal podia sustentar-se tamanho o peso.

_ O que você está tentando fazer? Tentando encontrar uma resposta convincente para mentir para mim de novo? Diga a verdade, Maria! Chega de mentiras, diga a verdade!

_ Eu nunca menti para você, Esteban! Eu não sei mentir e esse é o problema. Dizer-te a verdade é difícil para mim. Se formos falar de mentiras digamos que você tem muito mais o que dizer, não é mesmo? – Devolveu-lhe a afronta.

_ Você é muito cínica! – Esteban estava cego de ciúmes. – Eu estou diante de você e acabo de descobrir que você tem uma filha! O que são minhas mentiras perto disso?

_ Agora você vai se fazer de inocente? – Maria disse com um sorriso amargo.

_ Eu não sou inocente, Maria. Sempre achei que estivesse em dívida permanente com você, que lhe devia muito e que deveria devotar toda minha vida a conseguir seu perdão. Mas nada... – interrompeu-se com a garganta seca, tomado pelo ódio. – Nada do que eu fiz se compara a essa casa, – ele disse apontando as coisas em volta – essa criança e tudo mais que a acompanha.

_ Algum dia, Esteban... Algum dia você vai tragar todas essas ofensas que está me dedicando agora. Cada uma das ofensas que me dedicou. – Maria sentenciou ofendida.

_ O que devo esperar? Outra vingança? Vai voltar a comprar minha honra? Esqueceu-se que eu já não a tenho, que ela já lhe pertence? – O sarcasmo era a arma que Esteban mais utilizava contra Maria.

_ E eu já lhe disse a solução para isso, não? Estou abrindo mão dela! Vá em frente com os trâmites do desquite, não há mais nenhum futuro para nós dois, está claro! – Maria foi implacável.

_ É isso que eu vou fazer! É disso que eu vou tratar saindo dessa casa. Mas antes você vai me dizer toda a maldita verdade que está por trás disso! Com quem você tem se dedicado a rir de mim, Maria? Conte-me a verdade, não é tão difícil! Você não me disse ainda agora que é uma mulher cheia de qualidades e honras? Então diga-me a verdade!

Em Busca de Teu PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora