18 - Detrás de las cortinas... (+18)

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Acompanha o capitulo a canção "Manías" da Thalía
Link ~> https://www.youtube.com/watch?v=HfngH6losW8

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Quando os olhos desse casal se encontravam, o mundo se detinha, era inevitável. Era algo inexplicável, nenhum dos dois podia entender e muito menos explicar. Era o estremecimento do desejo que nascia no mais íntimo da alma, onde se esconde o amor, e furtivamente vai embebendo os sentidos e tomando conta do corpo interna e externamente. O fato de esse amor estar escondido provocava ainda mais intensidade quando esse sentimento encontrava oportunidade de transbordar, de sair à superfície. Maria não podia esconder a tristeza que tomava conta de seus olhos e muito menos o impacto que aquelas tão sentidas e significativas palavras de Esteban tinham sobre ela. Ele estava indo embora, era o fim e ela não tinha como detê-lo, não queria fazê-lo, jamais o faria!

Esteban sem esperar a resposta foi aproximando seu rosto do dela. Maria baixou os olhos, permaneceu imóvel, fez uma leve menção de se afastar quando ele levou a mão à sua cintura e a deteve junto de si. Ela não resistiu. Quando ele se aproximou, ela finalmente levantou os olhos e não pôde evitar que uma lágrima escorresse por eles. Esteban por muito pouco não foi às lágrimas também.

_ É só um beijo, Maria. Um único beijo... o último.

As palavras quase não puderam sair de sua boca quando ele disse "o último". Aquilo provocava uma dor infinita, dilacerante com a qual ele tinha dificuldade de lidar.

_ Por que não? - respondeu Maria lânguida. - Já foi tanta coisa que você levou de mim...

La noche huele a ausencia

La casa esta muy fría

Un mal presentimiento

Me dobla las rodillas

Esteban em um arranque chegou por completo seu corpo para junto de si. Ainda teve tempo de maravilhar-se com o aroma e o calor da respiração de Maria antes de envolver sua boca com uma ânsia jamais experimentada por nenhum dos dois. Maria logo que sentiu a voracidade dos lábios de Esteban sobre sua boca também lançou-se com desesperação naquele beijo. Buscava seu sabor, sua calidez como que para apreendê-los e mantê-los com ela quando ele não estivesse mais. Suas salivas se misturavam em um afã de ambos de sugarem no beijo partículas que se materializavam daquele amor, como se desejavam!

Te busco en el espacio

De mi angustiada prisa

Y solo encuentro rasgos

De tu indudable huida

O beijo se profundizou de uma maneira que eles não conseguiam desvencilhar-se dele. Maria envolveu o pescoço de Esteban entre seus braços e ele colou o corpo dela no seu de tal maneira que parecia que os dois se haviam fundido em um só como de fato desejavam que acontecesse. O calor e as batidas dos corações mantinham-nos assim como se nada mais fosse necessário apartado daquele beijo, nem sequer respirar.

Os dois lutavam de toda maneira para saciarem aquele amor que os consumia e que ambos temiam admitir e decepcionar-se, perder-se na vergonha no escárnio do outro. Isso era o que mais lhes consumia: o temor de constatar que apesar de tudo se seguiam amando, mas que inevitavelmente amavam sozinhos por tanto mal que haviam feito um ao outro a despeito daquele sentimento que contra tudo que podia comprovar a lógica, seguia intacto, talvez ainda maior em meio à tantas dores.

Nenhum tinha coragem de lançar a moeda para pôr fim à dúvida. Os dois, por temor à perder as migalhas, não se animavam a lutar pela amplitude daquele sentimento que lhes envolvia, aquecia e, ao mesmo tempo, dilacerava a alma. Então faziam tudo para saciarem-no com os corpos, como se isso fosse possível, como se isso fosse suficiente... Como se algum amor verdadeiro se contentasse apenas com o físico, como se a paixão somente satisfizesse o amor, esse amor sublime que tanta gente luta por encontrar, mas parece residir apenas nos romances, na imaginação dos escritores, na alma dos poetas.

Em Busca de Teu PerdãoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant