Capítulo 32 - Águas profundas

1.8K 201 8
                                    

ALERTA! GATILHO!!!!!
O assunto retratado nesse capítulo pode fazer você se sentir desconfortável.
Se por um acaso você tem algum tipo se sensibilidade quando o assunto é vazio, solidão, e afins sugiro que pule o capítulo para bem próprio.

Se por um acaso você tem algum tipo se sensibilidade quando o assunto é vazio, solidão, e afins sugiro que pule o capítulo para bem próprio

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Estou caindo lentamente no mar de desespero e medo.......
O caldeirão.

Me lembro dessa sensação, esse vazio que me consumia.

Me sinto sem esperanças, perdida eu acho, estou uma bagunça que não sei como arrumar.

Não quero preocupar ninguém, minha irmã, Azriel, Aidan e os outros.
Mais se fosse para eu descrever o que estou sentindo eu diria que estou assustada.

Eu só queria não sentir nada, estou com tanto medo desse sentimento não desaparecer.

Fecho meus olhos deixando o vazio se esvair, deixando o medo e a escuridão de aconchegarem dentro de mim.

Bem vindos de volta eu diria se pudesse, eu disse a todos que uma parte de mim ficou no caldeirão quando eu saí, mais o que eu não falei é que eu acho que uma parte do caldeirão vive em mim agora.

Mais como um resquício do que eu já senti.
Uma parte obscura e vazia.....

Vou até o fundo, aquela parte do mar em que não sabemos o que existe, a parte escura e tão profunda que a luz do sol não é capaz de chegar.

Isso me atrai, o estranho e incomum

Por que as vezes a dor parece ser tão atraente?
A escuridão e solidão parecem tão mais confortáveis do que a luz?

Acho que estamos fadados a preferir aquilo do qual somos feitos.

Dor, medo, angústia.....
Esses sentimentos de vazio crescem dentro de nós e sugam qualquer coisa boa que um dia já vivemos.

Se alimentam da esperança e alegria que um dia já sentimos.

Mais chega uma hora que tudo isso é tão confortável que chega a ser assustador o sentimento de gostar disso

Chega uma hora que o escuro já não é assustador mais sim libertador.
Que os dias chuvosos são tão mais vivos do que os alegres.

Chego no final, o fim da linha.
O profundo e estranho ao mesmo tempo.

É diferente.....
A pressão é maior, a luz já não mais existe.

Eu queria poder ficar aqui, nesse casulo de solidão.

Tem algo estranho.....
Não é o final, acho que não.

Se parece com uma parede fina e frágil.
Se parecendo mais como um reflexo de espelho.

Passo minha mão por dentro tentando rasgar esse véu transparente que me separa do outro lado e atravesso.

Passo minha mão por dentro tentando rasgar esse véu transparente que me separa do outro lado e atravesso

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Nada.
Absolutamente "nada" é o que eu sinto.

Não existe água aqui, ou medo ou sequer alguma coisa

Apenas reflexos meus.
Espelhos mais precisamente, por onde eu olho há espelhos, todos formando uma sala.

- Olá?
Eu pergunto ouvindo minha própria voz várias vezes por conta do eco.

- Ayla! Você veio.
Ouço uma voz de criança vindo de um dos reflexos e me viro para ver.

Sou eu.
Criança.....

- Quem é você?
Eu pergunto parando a sua frente no espelho.

- Mais que pergunta boba, não está vendo eu sou você.
Ela diz com um sorriso.

Inclino minha cabeça com desconfiança.
- Não, não é...., você não é uma memória ou sequer alguma lembrança então não tem como ser eu.

Ela suspira.
Se parecer tanto comigo....

- Você demorou, achei que não fosse vir.
Ela diz com uma cara triste.

- Quem é você?
Eu pergunto.

- Eu não sei quem nós somos....- Ela diz me avaliando - Mais você tambem não sabe, não é?.
Ela me responde.

- Por que estou aqui?

- A pergunta certa Ayla é por que não estava aqui antes? Por que demorou tanto?, você esta se perguntando quem é quando já sabe a resposta, só precisa aceita- lá.

- Você é muito sábia para ser eu em forma de criança.

Eu digo enquanto vejo um sorriso se curvar em seus lábios pequenos.

Suspiro olhando em seus olhinhos.
- As vezes eu só queria encontrar uma saída - Eu desabafo.

- De que? - ela me pergunta.

- De ser eu.

.........................................................................

Oi gente, eu vim aqui explicar um pouquinho sobre esse capítulo.
Eu quis passar para vocês o que a Ayla está sentindo com tudo o que ela passou e está passando, todas as dúvidas e sentimentos que ela não deixa transparecer para os outros.

Minha intenção não é fazer ninguém se sentir desconfortável até por que tem avisos no começo, mais eu realmente queria que vocês soubessem que mesmo Ayla mostrando saber lidar com as coisas, ela está afundada em traumas do passado e do presente.

É um capítulo meio confuso e dark que fará sentido mais para frente, lembrando que ela está apenas "sonhando".
Beijos e até o próximo.
~Sarah

Corte de Sombras e LiberdadeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora