Capítulo 59 - A luz prevalece

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Nota da autora: Meus amores, mil perdões caso algumas coisas desse capítulo estejam confusas ou não igual aos anteriores, faz tanto tempo que escrevi aqueles capítulos que me lembro apenas vagamente do desenrolar da trama. Então me perdoem caso eu esqueça de algum personagem ou detalhe, meu tempo para escrever está escasso e ainda não tive o suficiente para ler a fanfic do começo até onde parei, e como não queria prolongar mais essa pausa decidi escrever com o que me lembro. Amo vocês e espero que gostem.

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Uma semana. Uma semana havia se passado desde a minha inconsequência de trazer meu pai de volta dos mortos.

Talvez fosse raiva por Aidan e seu reino, suas mentiras.....

Aidan.
Apenas seu nome se torna uma confusão em minha mente, quem poderia imaginar que iríamos vir parar aqui? Nesse mar de estranheza, indiferença e sentimentos confusos.

Eu não sou ingênua a ponto de justificar tudo o que ele fez pelo seu amor por mim. Não, Aidan poderia ter encontrado outros caminhos para o meu coração.

Mesmo assim não deixo de pensar no que ele significou para mim, se não fosse por ele nem do caldeirão eu teria saído. Talvez estivesse morta agora. Não teria encontrado minha família, meu lar....Velaris.

Penso em Amren, Cassian, Lucien, Nestha....todos eles, o que devem estar fazendo ? Duvido que tenham se conformado com a minha deixa, como os conheço devem estar vasculhando o mundo em busca de respostas.

Azriel....durante esse tempo estou tentando não pensar muito nele, se não vou acabar fazendo algo e estragando tudo.

Enquanto me perco entre pensamentos o jantar a minha volta flui com ameaças de todos os lados.

Aidan não tocou na comida. Seu olhar continua fixo em mim e meus movimentos.
Alev por outro lado de esbanja com risadas e comentários.

Meu pai ainda escondido no meio da corte está saltitando feliz com as informações que está conseguindo. Eu tenho um plano e uma promessa a cumprir.

Me levanto recebendo olhares de todos.

- Não estou me sentindo muito bem, vou me retirar para meus aposentos.

Algumas confirmações de cabeças e eu me guio para fora. Passo por Aidan dando dois toques em seu ombro.

Ele se levanta e me segue.

Chegamos ao final do corredor carregando um silêncio tenso e estranho, nossas últimas conversas não foram muito amigáveis pelo o que me lembro.

- Aidan. - Eu digo e ele me olha confuso.

- O que houve? - Sua voz chega até mim tão cansada que por um momento me pergunto se sempre foi assim.

- Você sabe que não posso ficar por mais tempo...não sabe? - Tento olhar em seus olhos de fogo.

Ele pende a cabeça e eu suspiro.

- Seu pai, ele quer me usar para tomar outros reinos, abrir portais e usar meus poderes. Dizimar nações por ganância, Aidan. Por favor me diga que sabe a gravidade dos problemas em que minha presença aqui coloca a segurança de milhões de seres.

Ele engole a seco.
- Eu errei, Ayla. Errei ao achar que poderia amar você, que...poderia saber como amar alguém.

Balanço minha cabeça.

- Eu sei que sofreu, sei que se apaixonou por mim e tentou me salvar e me proteger....da sua forma é claro. Você errou, sim. Não tentando me amar, mas achando que esconder a verdade e me usar para seu bem benéfico fosse formas certas desse amor. Ainda há tempo de concertar tudo isso.

Ele pressiona os lábios em uma linha fina. - Ayla....

- Venha comigo. - Eu digo e recebo um olhar de surpresa.

- O que?

Tento sorrir para soar ser mais verdadeira, e de verdade estou sendo.

- Eu perdôo você, Aidan. Perdôo pelo o que fez, não posso ama-lo da forma que deseja mas posso oferecer uma segunda chance de ter uma vida. Uma de verdade, em Velaris.

Ele me olha com descrença antes de balançar a cabeça e murmurar desacreditado. - Eles me matariam.

É. Penso em como minha irmã esfolaria ele e Cassian e Azriel o torturariam. Sem contar com o resto da minha família. Família.

- Não se eu o tiver perdoado. Você é e sempre vai ser minha salvação, Aidan. Eu o amo, como meu gêmeo de alma.

Ele me oferece um breve sorriso.

- Ayla, confie em mim quando digo que se eu pudesse reverter as coisas eu o faria, mas não tem como saímos daqui. Meu pai iria nos caçar em qualquer mundo que estivessemos. Ele a quer e enquanto eu não descobrir uma forma de para-lo...não podemos fugir.

Dessa vez sou eu quem sorrio. - Acha mesmo que eu te convidaria para fugir sem ter um plano ?

- Ayla... - Aidan me adverte.

- Eu sei que é arriscado, mas e se acorrentassemos esse mundo?

Ele faz uma careta. Isso me lembra dos tempos em que as coisas eram menos complicadas e apenas riamos de profecias.

- Acorrentar o submundo? Improvável, não somos uma realidade ou linha paralela de nada, não somos sequer um mundo qualquer. Somos o inferno, todos os outros mundos possuem passagem para cá, é um caminho de mão dupla.

Eu manejo com a cabeça.
- Eu sei, e é por isso que acorrentariamos o submundo a alguma terra fantasma, nós inviabilizariamos a passagem de qualquer ser para fora dessas terras. Deixando eles presos aqui.

- Ayla, esse povo...meu povo...

- Eu sei que há seres bons aqui, Aidan. Mas não podemos deixar que o seu pai tenha sequer possibilidades de marchar contra outras terras. E ele tem, enquanto eu estiver aqui, e se eu sair daqui por que meu poder abriria um buraco nas linhas atemporais permitindo que ele atravesasse.

Aidan parece tentar seguir meu raciocínio.

- Acorrentar o submundo então....e como faríamos isso? Nenhuma terra jamais foi acorrentada a outra, isso geraria....

- Uma colisão de poder. É exatamente o que queremos, se atravessarmos no momento exato em que esse mundo se colidir com o outro. Então qualquer buraco causado nas linhas ou portais capaz de transportar o Rei do Submundo seria fechado com matéria viva e pura de poder estelar. - Eu digo com esperanca tentando decifrar sua expressão - O único problema é o feitiço em si, não sei exatamente como fazer isso. - Acrescento.

Ele assumi sua postura firme.

- Deixe isso comigo, te avisarei quando pudermos sair daqui.

Semicerro meus olhos para ele. De repente Aidan já está bolando um plano?

Seus olhos estão tristes como se ele soubesse de algo que precisa conter.

- O que foi, Aidan? Aprendi a reconhecer esse olhar, sei que está escondendo algo.

Ele sorri, mas seu sorriso não chega aos olhos.

- Confie em mim uma última vez, princesa. Eu prometo que você vai sair daqui.

E então ele sai caminhando tranquilamente em direção ao salão.

Alguns minutos parada tentando assimilar e organizar um plano em minha cabeça. Ainda tenho meu pai para encaixar no meio disso tudo.

Mas enquanto me ponho a andar, volto para suas palavras e percebo que só agora elas me atingiram. - Você - ele disse você , não nós.

Corte de Sombras e LiberdadeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora