𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝟯𝟰

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𝗣𝗢𝗩 𝗦/𝗡

Não sei como pude ser tão ingênua de acreditar que depois de ontem Marcus não iria me xingar. Fiquei estática vendo a viatura se afastar e sabendo que, de fato, estou ferrada.

Olhei para o muro pichado, neguei com a cabeça.

Juntei as latas que eles usaram e coloquei no lixo, então voltei pra casa, caminhando em passos rápidos.

Quando cheguei Ellen estava falando no telefone, com uma cara surpresa.

Consegui entender que era da delegacia.

Ellen: S/N, você pode ficar com Ginny um pouco? - perguntou, pegando as chaves do carro e a bolsa. – Marcus está metido em problemas.

-Claro que posso. - dei uma olhada rápida em Sofya, que via desenho.

Ellen: Obrigada querida. - deu um beijo em minha testa e em seguida na de Ginny.

-Ellen... - chamei quando ela estava quase saindo.

Ellen: Sim meu bem? - questionou, me olhando.

-Não briga com ele. - pedi, sem jeito. - Marcus precisa de ajuda. – falei mais baixo.

Ela me olhou por uns segundos. Então sorriu.

Ellen: Acho que você conhece meu filho melhor que eu. - disse em um suspiro. - Depois podemos conversar? - assenti, ela sorriu e me mandou um beijo no ar, saindo.

Me deixei cair no sofá ao lado de Ginny.

Ginny: Marcus tá bem? - perguntou, sem desviar os olhinhos da televisão.

-Está sim. - sorri, passando as mãos nos cabelos dela. - Você lembra muito ele. - comentei, vendo os cabelos da menina e os olhos lindos.

Ginny: Sabe, as vezes eu sinto saudade dele em casa, só brincamos um pouquinho agora, e ele quase nunca vai no meu quarto a noite para me contar histórias mesmo que sejam horríveis.

(𝗤𝗨𝗘𝗕𝗥𝗔 𝗗𝗘 𝗧𝗘𝗠𝗣𝗢)

Um tempo depois Ellen voltou com Marcus, me agarrei em Ginny, como uma espécie de proteção. Mordi a língua para não perguntar o que deu lá.

Ellen: ... E ai de você se não cumprir com o que o juiz declarou. - chegou falando.

Marcus: Ridículo esse juiz. - disse bravo. - Um mês limpando as ruas? Que merda é essa? Porque não me mandam pagar 20 cestas básicas e deu?

Ellen: Que engraçado você, queria que eu e seu pai arcássemos com seus erros, mais uma vez. - o encarou. - Porque suponho que quem ia pagar íamos ser nós. - soltou a bolsa. - Achei muito boa essa decisão, talvez assim você dê valor a limpeza da cidade e pare de ficar sujando-a. Fora que se livrou de um ano na prisão. - encerrou o assunto, subindo.

Marcus suspirou, passou as mãos pelos cabelos, nervoso e me lançou um olhar gélido.

Ginny, notando o clima ruim, desligou a televisão e subiu atrás de Ellen.

DROGA.

Eu não ia me intimidar, eu estou certa. Sustentei seu olhar, o enfrentando.

Marcus: Está feliz agora? - falou com a voz áspera. - Conseguiu o que queria?

-Não, eu não estou feliz. - me aproximei dele, não deixando minha voz demonstrar fraqueza. - Sabe quando eu vou estar? - não o esperei responder. - Quando você voltar a ser o Marcus que todo mundo diz que tem saudade. - falei sincera.

E deixei a sala.

(𝗤𝗨𝗘𝗕𝗥𝗔 𝗗𝗘 𝗧𝗘𝗠𝗣𝗢)

No dia seguinte acordei mais cedo que o normal, prendi meu cabelo, coloquei um boné, peguei uma vassoura e sai na rua atrás de Marcus.

𝗢 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗰𝗮̂𝗺𝗯𝗶𝗼 - 𝗠𝗮𝗿𝗰𝘂𝘀 𝗕𝗮𝗸𝗲𝗿 & 𝗦/𝗡Where stories live. Discover now