Cap. 5 - Botando Fogo Na Casa

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Pov Camila Cabello

A síndica cumpriu sua promessa. No dia seguinte, Murray tinha fechado o buraco, eliminando qualquer chance de futuras sessões de terapia improvisadas com a Dra. Lauren.

Na verdade, uma semana inteira se passou sem uma única briga entre L.M. Jauregui e eu.

Os cachorros ainda latiam todas as manhãs, mas eu não me atrevia a chegar perto deles por tempo suficiente para reclamar. Agora que sabia que a ex dela os deixava lá, se estava acordada eu olhava pela janela para ver se
conseguia vê-la.

Um dia, consegui olhar na hora certa e vi uma mulher, mais ou menos da minha idade, de cabelo castanho e comprido, entrando
no prédio com os dois rottweilers. Corri até a porta e abri uma fresta para espiar quando ela passasse pelo corredor.

Ela passou tão rápido que não deu para olhar direito, só o suficiente para ver que ela era mais alta e menos curvilínea do que eu.

Depois de cinco minutos, ouvi seus passos saindo do apartamento dela. Observando pela janela enquanto ela corria pelo pátio, eu me perguntava que tipo de relacionamento elas tinham agora, se era amável, se ainda
faziam sexo. E me perguntava quem tinha terminado.

Também queria saber por que estava pensando em algo que não era da minha conta – porque ultimamente eu estava constantemente pensando em Lauren.

Uma coisa era certa: era muito melhor do que pensar constantemente em Shawn.

Naquela mesma tarde, a caminho do trabalho, notei que Lauren havia acrescentado mais coisas ao mural desde a última vez que eu tinha olhado. Havia agora um trecho com muitas pirâmides.

Senti um arrepio enquanto apreciava seu talento e todos os detalhes complexos do trabalho, a forma como as cores se mesclavam e se fundiam. Queria saber se tinha algum significado para as imagens cênicas.

Lauren Jauregui era um ser humano complexo.

Quando cheguei ao Centro da Juventude, Ariel estava esperando no meu escritório. Ela parecia ter chorado.

Merda.

Mesmo sabendo o que provavelmente havia acontecido, perguntei:

— O que houve?

— Eu estava certa sobre o Kai. Ele estava me traindo.

— Eu sinto muito.

Depois de deixá-la desabafar por quase uma hora, finalmente falei:

— Tem uma razão para a oração da
serenidade, Ariel. Já ouviu falar dela?

— Aquela que pede força para aceitar as coisas que não podemos mudar? Sim, minha mãe me ensinou há muito tempo.

— Isso. É essa. Ainda estou trabalhando nisso, mas a verdade é que, com certas coisas, não temos escolha senão aceitar. Tudo o que podemos fazer é nos esforçar para seguir em frente.

Sorri para mim mesma, percebendo que eu estava dando a Ariel o mesmo conselho que Lauren tinha me dado. Era muito mais fácil repassar esse conselho do que segui-lo.

Naquela noite, quando voltava para casa, por algum motivo desconhecido, eu me sentia mais em paz do que há muito tempo. Decidi comprar uma das minhas lasanhas individuais congeladas favoritas da seção de orgânicos do mercado.

Eu assaria a lasanha e a comeria com um pouco de vinho, talvez assistindo a alguma
coisa na Netflix. Estava ficando animada com isso.

Rapaz, minha vida era bem patética.

CAMREN: Vizinha, Proprietária e Síndica (G!P)Where stories live. Discover now