Cap. 24 - A Notícia Não é Boa?

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Pov Camila Cabello

— Observe como eles nunca mostram esses garotos bonitos trabalhando por mais de alguns segundos. Aposta quanto como que eles não fazem merda nenhuma quando a câmera para de rodar?

Enquanto Lauren descansava no sofá e via um programa de reformas em casa com seus pés no meu colo, olhei para a linha vermelha no meio do seu peito que, aliás, continuava impecável. A cicatriz era uma lembrança permanente do risco que ela tinha corrido por nós.

Eu sabia que ela tinha tomado a decisão de submeter-se à operação não só para melhorar sua qualidade de vida mas também para que ela e eu pudéssemos ter chance de uma vida mais longa juntas. A cicatriz também era um lembrete constante da fragilidade da vida.

Eu tive que sair do quarto. Sempre que ficava muito emocionada, temia que ela percebesse. Eu não podia deixá-la ver que algo estava muito errado. Eu não estava pronta para enfrentar isso e com certeza não a exporia a nenhum tipo de estresse, muito menos por especulação.

Outro dia... mais negação.

Minha menstruação estava três semanas atrasada. Mesmo sem nunca ter pulado um ciclo em toda minha vida, eu me recusava a acreditar que isso poderia significar que eu estava grávida. Não faria um teste porque
estava com muito medo das consequências, incapaz até de imaginar essa possibilidade, incapaz de entender qual seria a reação de Lauren. Então, fui deixando os dias passarem.

Sem mencionar que ela ainda estava frágil. Estava só começando a voltar ao normal, nem perto de cem por cento. Eu não podia correr o risco de provocar algum tipo de estresse desnecessário. Ainda havia uma chance de não ser nada. Li que o estresse poderia atrasar o ciclo menstrual. Eu havia passado muito nervoso nas semanas antes da cirurgia e era fácil entender como isso podia ter acontecido. Eu tomava pílula, que tinha noventa e nove por cento de eficiência.
Ainda assim, por mais que eu tentasse me convencer, não saber estava começando a me corroer.

— Ei. Que foi?

— Nada.

— Mentira. Vem cá. — Ela se aproximou de mim. — Senta aqui. — Apontando para o chão na sua frente, ela posicionou meu corpo entre as pernas e começou a massagear meus ombros. — Isso tem sido demais para você?

— O quê?

— Ter que cuidar de mim enquanto me recupero...

Olhei para trás para encará-la.

— Claro que não! Sinto prazer cuidando de você. Nunca pense isso.

Ela pressionou a base das palmas com mais força em meus músculos, descrevendo um movimento circular.

— O que está acontecendo, então?

— Eu acho que é reflexo do estresse do mês passado. Está tudo bem — menti.

Depois de meia hora sentada na mesma posição, levantei do chão.

— Sabe o que acabei de lembrar? Estamos sem queijo ralado. Eu ia fazer tacos hoje à noite. Vou ao mercado comprar.

— Ok.

Saí do apartamento apressada. Assim que saí, eu me inclinei contra a lateral do prédio e respirei fundo, pegando meu celular e rezando para Sofia atender. Tinha contado a ela sobre a menstruação atrasada no início da semana.

Quando ela atendeu, eu disse:

— Ai, graças a Deus.

— Está tudo bem?

— Acho que estou tendo um ataque de pânico.

— Fica calma. Estou aqui. Onde você está?

— Eu estava sentada vendo TV com a Lauren e tive que sair. Ela está começando a perceber que tem algo errado comigo.

CAMREN: Vizinha, Proprietária e Síndica (G!P)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora