Visita Inesperada

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Nem acredito que havíamos passado o dia dos namorados apenas brincando com nosso filho, era uma coisa irrealista para um casal que agiam como coelhos no passado, mas era isso a vida de pais.
Até mesmo na festa junina que o jornal Midinews organizou, aonde eu pude ver meu pai e todos nós usamos roupas típicas, Victor Jorge até estava de macacão jeans e chapéu de palha.
Fora um ótimo festejo, uma pena que no passado isso significaria que eu estaria entrando nas férias, mas com o trabalho no museu era sinônimo de um mês cheio de visitações e não tinha um dia de paz.
Ao menos em um domingo bem cedo eu consegui sair para correr.
Tinha sentido falta dessas corridas, era uma rotina matinal minha quando não precisava correr como uma louca para a escola, mas a gravidez de risco impossibilou que isso pudesse acontecer e agora com o Victor já grandinho podíamos fazer uma corrida juntos com ele no canguru de bebê, preso no meu peito enquanto eu corria.

- Vamos Victor! Corre filhão. - O ânimo enquanto corria e ele balança seus bracinhos e perninhas, a corrida com peso era até boa porque ajudava a perder aqueles quilinhos a mais.

Apesar que Henry dizia que minha bunda estava mais gostosa após o período de gravidez.
Mas o que homens sabem não é mesmo? Enquanto várias mulheres olharem minha bunda e me julgar eu iria malhar até elas voltarem a me elogiar. Afinal nós mulheres nos arrumamos para nós mesmas ou para sermos elogiadas por nosso próprio grupo: Outras mulheres.

A corrida durou por bastante tempo entorno da área de esportes do condomínio que morávamos, mas eu precisava levar o bebê para dentro para ele beber água e eu também. Mas ao chegar bem na entrada dou de cara com uma mulher que achei que não tinha nem permissão de entrar no condomínio.

- Mãe?

- Filhaaaa!!! Aí que ótimo te ver. - A mulher que era tipo a minha cara mas branca pálida e cabelos loiros e uma versão quarentona vinha me abraçar mas eu seguro Victor com força e dou um passo para trás o protegendo. - Que modos são esses?

- Eu te disse naquele hospital e digo agora novamente, fique longe de mim.

- Você me disse que eu podia ver meu neto.

- Mudei de ideia. - Estava furiosa! Quem havia deixado ela entrar?

Minha mãe se aproxima novamente e fico parada na calçada, ela me olhava com aqueles olhos claros me pedindo para dar uma chance e eu como uma idiota sensível, suspiro e retiro Victor do canguru e vou estendendo para minha mãe.

- Cuidado com ele.

- Eu sei como pegar um bebê, Clara, eu tive dois. - Ela dizia sorrindo e Victor Jorge sorria de volta.

- Na adolescência né, faz uns quinhentos anos. - Debocho cruzando os braços.

- Eu só tenho 42 anos e eu tive o Miguel aos 16, não faz tanto tempo. - Patrícia retruca, e volta sua atenção ao meu bebê, até que ele estava sorrindo e feliz com ela.

Merdinha! Puxou o pai, todo sorridente pra todo mundo. Devia ter puxado meu ódio.

Naquele momento enquanto minha mãe segurava meu bebê, umas mulheres com roupa de academia passaram e pararam.

- Oh que bebe lindo!

- Qual o nome do seu garotinho!

Perguntaram na direção da minha mãe e não para mim que estava com o canguru no corpo.

- Victor Jorge. - Respondi secamente.

- Aí que lindo nome, é seu? - Perguntou para minha mãe.

Sério que não estão me vendo?

- Oh! Não, já passei da fase. É da minha filha. - Minha mãe respondeu para aquelas mulheres que convenhamos são brancas com cara de Kardashian.

- Ah entendi! Sua filha tá trabalhando e deixou o bebê com a avó. - Uma delas disse.

- Ainda bem que você tem a Babá para ajudar. - Outra diz.

Nesse momento eu inspiro fundo e todo a Bahina.

- Mocreias! Eu tô bem aqui! - Chamo atenção delas, apontando a mão para meu peito. - É meu bebê. Eu que pari então enfiam seu racismo bem no fundo das suas bocetas murchas e essa vadia loira é a minha mãe tá ligado?!

Puxo o Victor das mãos da minha mãe e ando em direção a mansão do Henry e paro ainda para me virar e dar o dedo para as mulheres que me olhavam assustadas

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Puxo o Victor das mãos da minha mãe e ando em direção a mansão do Henry e paro ainda para me virar e dar o dedo para as mulheres que me olhavam assustadas. Minha mãe veio atrás de mim.

- Não é assim que eu te criei, Maria Clara!

- Quem me criou foi meu pai, Patrícia! - Respondi entrando na casa e deixando ela me seguir, deixo o bebê na cadeirinha na cozinha e tiro o canguru para pegar sua mamadeira de água e da a ele. - O que você quer?

- Eu vim só ver meu neto.

- Já viu, pode ir embora. - Respondo já cansada.

Estava mesmo cansada, primeiro achava que o Henry estava estranho comigo, ele não me queria na cama e eu estava me esforçando muito para que ele ainda me deseje, não foi atoa que sai para correr para ver se meu corpo o agrade. Não sou muito ligada a essas coisas mas é claro que quando seu quase marido te nega na cama duas vezes você começa a ter inseguranças.
Ele não estaria me traindo estaria? Falar nisso e ver a cara da minha mãe me deixava ainda mais neurótica que ele pudesse estar com outra, alguma mais branca e sei lá. Loira e padrão.

- Patrícia, por favor vai embora. Não preciso disso. - Peço novamente e ela suspira, anda até o Victor e beija sua cabeça antes de me olhar com carinho.

- Eu te amo filha, foi bom te ver.

Não respondo a ela, escuto a porta da frente bater enquanto bebia uma água para me hidratar e acalmar, naquele momento meu celular toca e eu juro que se for alguma notícia ruim eu iria surtar de vez.
Mas vejo que eram boas notícias, o local que eu e Henry escolhemos ia estar disponível no dia do nosso casamento, era na serra da cidade a Locanda Della Mimosa, localizada no Vale Florido.

Mando uma mensagem para ele informando a boa notícia.

Eu: Conseguimos a Locanda.
Henry: Perfeito! Agora tdo está encaminhando.
Eu: Vai chegar tarde?
Henry: Vou. Não me espere acordada. Te amo.

Suspiro ao bloquear a tela do celular e olho meu bebê segurando sua mamadeira de água e me olhando curioso.

- Parece que seremos só eu e você hoje garotão. - Mordisco sua bochecha e ele retira a mamadeira da boca dando risada e batendo as mãos na mesinha da sua cadeirinha.

O Casamento do Chefe do Meu Pai (+16)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora