Arte

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Não conseguia imaginar a dor que o Henry estava suportando, mas estava lá por ele e para ele. Esperava que aos poucos a dor poderia ir diminuindo apesar de não entender o que ele estava passando, tudo o que eu podia fazer era imaginar.
Coloco os calçados do Victor, fechando o velcro bem apertado para que ele não perca os sapatinhos, estava sentada na cama de solteiro do quarto do Henry com a porta aberta, podia ouvir a família dele se despedindo. Iríamos pegar o avião hoje para voltar ao Brasil

Erguia Victor no alto e então fazia barulhinhos em sua barriguinha que o fazia dar risadas gostosas.
- Quem é o bebê mais gostosinho da mamãe? - E lhe fazia cócegas até suas perninhas começarem a chutar a minha cara e eu colocar ele no Moisés. - Okay, já chega de treinar futebol com o meu rosto.

Levava uma mão a minha bochecha direita, dolorida após a bicuda que o pequenino me deu.

- Ele chuta que nem um campeão. - Uma voz masculina disse e me virei em direção a porta, era um dos irmãos do Henry.

- Você é o pai da Alice e do Edward, certo?! O Anthony. - Advinho enquanto olhava o rosto do mesmo que abria um sorriso e entra a no quarto, até se sentar em uma poltrona.

- Sim, eu mesmo. - Ele cruza as pernas e me olhava sério.

- Algo me diz que não esta aqui parar falar sobre o futuro no futebol do Victor.  - Expresso meus pensamentos em voz alta e novamente ele abria um sorriso. - Vai, desembucha.

- Okay, vou ser direto. - Então seus olhos claros iguais o do meu filho, me encaram. - Henry disse que você é trabalha como curadoria de artes, bom, eu sou um artista. Queria saber se gostaria de expor algumas das minhas novas obras.

Pisco os olhos.
Então pisco novamente.

- Tá falando sério?

- Sim, gostaria de fazer uma exposição no Brasil e eu nunca fiz.

- MAS É CLARO!! - Levanto em um pulo de alegria, mas então me lembro que não trabalho mais na galeria, então volto a me sentar. - Oh.... Bom, eu não trabalho mais lá, na verdade...- Levo um dedo a sobrancelha esquerda, coçando a região, um pouco ansiosa. - Eu tô querendo começar uma escola especializada em artes e se você quiser podemos fazer um evento na inauguração. - Então me apressou logo a dizer antes que ele fique animado. - Vai demorar, não temos nada ainda, somente a ideia.

Ele parecia estar pensando no assunto, com as sobrancelhas unidas parecia um pouco com o meu noivo, principalmente aquele V entre suas sobrancelhas quando estava sério.

- Acho que seria interessante, poderíamos fazer um leilão e usar o dinheiro para a sua escola, talvez para uma bolsa de estudos. - Então se levantou estendendo a mão para mim, segurei bem forte a sua mão.

- Bolsa de estudos Joshua, acho que seria legal.  - Abria um sorriso e o mesmo retribuía.

- Gostei, meu pai gostaria. - Então ele solta a minha mão. - Mal posso esperar por isso, cunhadinha.

- Mal pode esperar pelo que? - Henry entrava no quarto naquele instante, solto a mão do Anthony depressa. - Do que vocês estão falando?

Seu olhar era curioso e eu ficava vermelha de vergonha, ainda não tínhamos conversado sobre o assunto.

- Sobre a minha escola, que eu quero abrir. Com a Ana, vamos fazer isso juntas. - Solto de uma vez, mordendo o lábio após dizer tudo e fico no aguardo de uma resposta.

Medo de ouvir ele dizer que era burrice, como iríamos fazer isso? Não tínhamos muito dinheiro e era complicado, provavelmente eu teria que pedir dinheiro emprestado aos meus pais, mas...

- Você vai abrir uma escola? - Ele perguntou meio confuso.

Me apresso a falar rápido.

- Sei que vai ser difícil, vou precisar de um bom empréstimo e desde que fui demitida da galeria por que a minha ex chefe era uma vaca que traia o marido. E eu disse que eu nunca mais iria dar aulas e bem eu não quero dar aulas, na verdade eu quero ser dona de uma escola que pode incentivar as crianças nas artes de verdade ao invés de apenas ensinar elas a pintar o sol de amarelo e...

- Clara! - Ele me interrompe, pondo as mãos em meus ombros. - Calma, respira. Vai de vagar.

Respiro fundo enquanto me concentro em seus olhos, ele parecia calmo, como sempre era. Via um sorriso cheio de dentes quando ele dizia.

- Eu adorei, se é isso o que você quer. Vou te apoiar. - Me puxando para um abraço que consegue confortar meu coração acelerado, eu podia sentir o calor do seu corpo no meu. Então via de relance seu irmão saindo de mansinho do quarto.

O mesmo só me fazia um sinal com a mão e falava sem som "Me liga", e eu retribuía com um aceno de cabeça e um "tchauzinho" com a mão, antes de fechar os olhos e me permitir abraçar o homem que eu amo.

O Casamento do Chefe do Meu Pai (+16)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora