Mais um dia na universidade e dessa vez, com só uma aula a atender. Foi apenas uma aula de revisão e que por isso, fui liberado mais cedo comparado ao costume.
Por ter saído mais cedo, caminhei direto para o refeitório, onde, no dado momento, tem menos gente, para terminar um relatório dos materiais em estoque na clínica em que estou estagiando. Fiz algumas anotações no dia anterior durante o turno e agora estou fazendo o trabalho por inteiro, visto que fui pedido para tal e tenho mais tempo de terminá-lo agora.
De um modo geral, ainda que só façam dois dias desde que comecei a estagiar, está sendo uma boa experiência. Nerumi-san me auxilia sempre que necessito e é uma pessoa bastante fácil de me abrir para conversar e tirar minhas dúvidas. Mas não posso dizer o mesmo sobre a recepcionista, Hana-san.
Desde o dia em que nos conhecemos, ela sempre me olha com certo desprezo. Não que eu ligue, caguei para o que as pessoas pensam e falam de mim, não fará nenhuma diferença na minha vida, é só que as vezes esse seu comportamento atrapalha no trabalho, principalmente porque muitos documentos precisam ser entregues a ela.
— 'Ta fazendo o que? – Senti Todoroki sentar ao meu lado, perguntando-me.
Não cheguei a me assustar embora esteja muito concentrado. Com a nossa "separação" súbita, meio que desenvolvi a habilidade de detectar seu aroma a uma longa distância. Sabia que ele estava vindo até mim sem nem precisar recorrer aos meus outros super sentidos.
— Terminando um relatório. – Levantei a cabeça por um instante, para poder o encarar, percebendo então a presença do grupo de amigos do bicolor. – Por que estão aqui? – Olhei-os surpreso.
— Não podemos? – Bakugo retrucou.
— Longe disso, achei que teriam aula.
Todos permaneceram calados, o que significa que realmente estão cabulando aula. Imaginei que estariam o fazendo, isso é típico desse grupo, Todoroki só não falta aula – pelo menos não na mesma frequência que os amigos. – porque precisa manter sua imagem de bom aluno para os professores.
— Enfim, não foi para isso que viemos aqui. – Disse Denki, quebrando o silêncio de teor "culposo". – Queríamos discutir um assunto com você, Izuku. – Depois de descobrir que eu era a prima de Todoroki, Denki se recusa a me chamar de Midoriya.
Não o julgo, compreendo seu trauma de se apaixonar por uma pessoa, achando que essa pertence ao gênero pelo qual se atrai, e depois descobrir a verdade.
— E o que seria? – Deixei meu computador de lado, voltando toda a minha atenção para os delinquentes.
Quando iniciei meu relacionamento com o meio ruivo e decidimos contar aos seus amigos sobre, eu acabei me tornando mais próximo deles, de uma certa maneira. E devido a tal aproximação, aprendi a lidar com cada um, a responder à altura para que não me intimidassem. Não deixaria que eles permanecessem com a mesma opinião sobre mim do dia em que fui apresentado como servo de Todoroki.
— Lembra que a segunda semana de abril vai ter um festival de primavera, organizado pelos veteranos do curso de Artes? – Assenti. Existem vários cartazes espalhados pelo campus a respeito desse festival. – Todo ano, nós organizamos uma viagem em grupo nessa semana, já que não temos aulas.
O festival citado por Denki é um evento anual ocorrente na universidade, o qual comemora a chegada da primavera e floração das famosas cerejeiras. Os veteranos dos cursos relacionados às artes ficam responsáveis por organizar as atrações e afins, sendo uma semana completamente livre de aulas, tendo até a abertura do campus para visitação.
— E como agora você e o Shouto estão juntos...
— Querem me chamar? – Completei a frase do loiro e todos ali confirmaram, com rostos sérios. – Bem... preciso conversar com a mentora do meu estágio antes... – Abaixei o olhar por um segundo, analisando um pouco os fatos. – Mas acho que tudo bem. – Vi-os se alegrarem de imediato.
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A Shared Secret - Tododeku
FanfictionMidoriya Izuku é apenas um rapaz comum de 21 anos, o qual está cursando Medicina Veterinária numa universidade de Tóquio e passa seus dias sendo uma pessoa usual. Ele faz parte de uma família normal em um mundo normal... ou é essa a imagem que quer...