Confusão

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No dia seguinte, levantei próximo às 10 horas da manhã, felizmente Todoroki não teve febre e parecia melhor dos ferimentos. Ele tinha acordado primeiro, encontrei-o na sala, mexendo no próprio celular, largado no sofá.

Não reclamei - não adiantaria de qualquer forma -, apenas passei direto para a cozinha e preparei um café da manhã simples, devido ao horário tardio, fiz apenas algumas torradas e de acompanhamento, ovos e salsichas. Assim que pronto, chamei-o.

- Não parece muito inchado. - Comentei quando o mesmo entrou no recinto, notando o seu rosto com pequenos cortes espalhados.

Terminei de colocar tudo à mesa, tinha separado dois pratos, ambos com hashis, como todas as manhãs até então, em seguida me sentei a sua frente. O sujeito não disse nada a respeito do meu comentário, apenas pegou a comida e a levou ao seu prato.

- Tem algum compromisso hoje? - Perguntei por perguntar, não queria comer naquele silêncio.

- Não. - Foi curto, suspirando e logo colocando uma torrada na boca, algo parecia ter o irritado.

E a conversa morreu ali, não quis perguntar mais nada, suas atitudes, respiração, batimentos cardíacos e áurea me diziam para deixá-lo quieto por agora. Mexer com alguém de mal humor não era uma boa opção, tiro isso por mim mesmo quando estou estressado.


(...)


72 horas para a Lua-cheia

A segunda tinha finalmente chegado, para a minha infelicidade. No domingo nada de muito "uau" aconteceu, passei a tarde inteira assistindo alguns filmes e à noite, terminei algumas atividades pendentes da faculdade, sobre o demônio com quem convivo, ficou enfurnado em seu quarto o resto do dia, sequer me deixou entrar para checar seus machucados.

Não procurou comida nem foi ao banheiro, pelo menos não que eu tenha visto, por um momento, até pensei que ele teria morrido ou algo do gênero, porém, sempre que passava pela porta de seu quarto, ouvia barulhos de jogos para celular. Certamente alguma coisa havia acontecido de sábado à noite para o domingo de manhã e isso havia o deixado puto da vida.

No momento, estou na biblioteca, junto a Ura-chan, num horário vago, o professor de anatomia tinha faltado e resolvemos aproveitar a oportunidade para acelerar alguns relatórios, sentavamos numa mesa na área para estudos. Felizmente, a morena sentada a minha frente não lembrava de nada relacionado à noite de sábado e eu.

- E então... algum avanço com o Iida-kun? - Discretamente perguntou, enquanto permanecia digitando em seu notebook.

- Que avanço? - Olhei por cima da minha tela, não compreendendo sua pergunta.

- Lerdo. - Revirou os olhos. - Pergunto se já deu em cima dele.

- Que? Claro que não. - Voltei a encarar meu notebook.

Iida-kun poderia ser gentil e uma boa pessoa, mas não passava de uma boa amizade, além de que não sou um tipo de pessoa que sabe flertar ou dar o primeiro passo.

- Como assim "claro que não"? - Fez as aspas com as mãos.

- Foi o que ouviu. - Suspirei. - Olha Ura-chan, eu não me sinto preparado para um relacionamento agora.

- Isso é desculpa de virgem! - Acabou por falar isso um tanto alto, chamando a atenção dos alunos ao redor e recebendo uma devera reclamação dos mesmos, que queriam estudar. Confesso que fiquei envergonhado por ela e pelo que ela falou sobre mim. - Oh gomen... - Disse envergonhada, abaixando a cabeça.

Fiz um breve sinal para irmos as estantes, onde nossa conversa não atrapalharia a atividade de ninguém. Ochaco-chan entendeu o recado e me seguiu, lá, fingi procurar um livro, para caso a bibliotecária passasse e não achasse que estávamos ali de bobeira e consequentemente não nos expulsasse.

A Shared Secret - Tododekuحيث تعيش القصص. اكتشف الآن