Capítulo 67

7 3 1
                                    


Depois que Vanessa, inocentemente, aceitou que Mitu fosse para a sala das crianças, ele cometeu o maior erro de sua vida. Se existisse algo após a morte, estava claro que Mitu iria para o inferno.

Ele olhou para a primeira criança e, com seu pedaço de metal, golpeou-a na cabeça. Fez isso uma vez. Duas vezes. Três vezes. Depois não havia mais nenhuma criança.

Vanessa gritou para que ele parasse. Mas ele não lhe ouviu. Ela própria tentou impedir que ele continuasse usando da força física, mas ele era muito mais forte. Cego pela raiva, Mitu matou sua primeira criança.

Uma a uma, Mitu seguia o mesmo ritual. Primeiro dava um golpe forte na cabeça da criança, deixando-a desacordada. Depois batia mais uma vez. Em seguida, tentava uma terceira vez. Aquele era o golpe final.

Vanessa observava tudo aquilo desnorteada. Ela nunca imaginou que o amigo reagiria assim. Nunca pensou que, um dia, presenciaria a morte tão de perto.

No final das contas, a morte é um fenômeno misterioso. Uma criança demora nove meses para nascer, mas morre em minutos. A vida, tão frágil, é como uma flor na primavera: tão logo floresce, já se esvai.

Depois da terceira vez que tentou conter seu amigo, foi procurar ajuda. Mas quando elas chegaram, já era tarde demais. Mitu não poupara ninguém.

Havia, ao todo, quinze crianças em cada sala. Nenhuma foi poupada. Mitu as matava com uma estranha rapidez como se tivesse feito isso durante toda a sua vida. Mas não. Ele não era um assassino. Mas a vida o fizera ser assim.

Uma passagem para MarteOnde histórias criam vida. Descubra agora