Sempre escapando das minhas mãos

238 47 11
                                    

— Eu quero tanto beijá-lo que chega a ser sufocante.

Seria impossível se concentrar em cuidar de Bright quando ele estava disposto a falar aquele tipo de coisa. Win se afastou, mas ainda continuou perto dele. Pegou o remédio para dor esquecido na cama e entregou na mão de Bright.

— Você vai dormir aqui, não vai? Não é uma boa ideia os seus pais verem você nesse estado.

— Acredite, eu sou a última coisa com a qual eles se preocupam.

— Não fala assim, Bright.

— Você não sabe como é a minha família, Win. Bom, eu não quero falar sobre isso. Não agora. Eu posso mesmo dormir aqui? E a sua irmã?

— Está tudo bem por ela. Toma. — Apertou a mão na dele, o comprimido para dor no meio delas. — Um remédio para dor.

Apesar de não saber como se comportar naquele tipo de situação, Win ficou ao lado de Bright. Quando ele tomou o remédio para a dor junto com a água, Win se deitou ao seu lado, gostando de dividir a cama com ele. A fita no som já havia acabado e Bright se lembrou da fita gravada que ganhou. Estava começando a gostar do gosto musical de Win.

— Está melhor?

— Eu mal lembro do que aconteceu. É tudo um borrão.

Se sentindo culpado por ter aceitado aquele convite, Win pensou que talvez aquela surra fosse sua culpa. Para afastar os pensamentos, algo passou pelos seus pensamentos. Uma ideia maluca, mas tentadora. Ele, então, ficou de bruços, ainda perto do ombro de Bright, onde estava deitado anteriormente. Bright, de olhos fechados, sentiu a movimentação e os abriu. Achou que estava sonhando quando se deu conta do que ouviu.

— Eu vou beijar você agora.

Win segurou a blusa do pijama de Bright e pegou impulso para se aproximar um pouco mais. Juntou os lábios, e, com pressa, Bright segurou na nuca dele, e entreabriu os lábios. Win fez o mesmo e em pouco tempo estavam aos beijos como se a vida de cada um dependesse daquele gesto. Beijaram-se tanto que, quando se afastaram, Bright sentiu os lábios dormentes, e gostou daquilo. Win passou os dedos pelos cantos da boca, surpreso por querer mais daquilo com Bright. Com os olhos surpresos e a boca molhada, querendo mais daquele contato, Bright foi quem se aproximou, as mãos tomando conta delicadamente do rosto de Win, os lábios novamente se encontrando.

Havia algo em Win que acalmava a tempestade dentro de Bright.

🔥

Bright nunca se imaginou tendo insônia por causa de alguém. Mas ele passou por aquilo. Por causa de Win e por causa do beijo dele. Definitivamente, o baile não havia acabado bem, não com a surra que levou. Mas acordar na casa de Win no dia seguinte, meio dolorido e com ele deitado em seu ombro, fez a noite valer a pena. A sensação que sentia era uma novidade. Não se lembrava da última vez que se apaixonou. Na verdade, não se lembrava se tinha mesmo se apaixonado por alguém. Mas, conhecendo Win um pouco mais a cada mês, além de tê-lo beijado, abriu uma porta. Sentia-se em paz. Não totalmente, porque escutava do quarto as brigas no andar debaixo da casa, porém, tudo parecia mínimo ao lembrar das carícias que trocou com Win. Tinha beijado o rapaz, abraçado com carinho o pescoço dele e havia juntado os corpos em cima da cama. Estava feliz por aquela situação, o coração quente e um sorriso não querendo sair do rosto. Só que, Bright se conhecia muito bem para saber que nada nunca dava certo, e pensar na possibilidade em se envolver amorosamente com Win o deixava com medo de que tudo desmoronasse. Win era a pessoa que não poderia sair da sua vida em hipótese alguma.

🔥

As aulas na escola haviam tido o seu fim, finalmente, e até que as faculdades começassem a chamar os alunos para valer depois de verificar todas as inscrições, era tempo para se divertir.

Amor ArdenteWhere stories live. Discover now