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- Vai beijar a Mendler? - Peter perguntou me enchendo o saco enquanto voltávamos a pé pra casa depois da escola. Alice não foi hoje.

- Já te respondi isso.

- Sim, mas ela não estava cheia de sorrisinhos pra você antes. - Ri. Peter viaja.

- Você nem viu a menina depois daquilo.

- Você não falou que ela estava sorrindo?

- E ela estava. Mas não pra mim. - Seria um milagre se ela tivesse realmente sorrindo pra mim. Abri a porta de casa. - Vai querer comer o que? - Joguei a mochila no sofá, aproveitando que não tinha ninguém. O casal meloso estava trabalhando e a Jazzy na escola. Só ia chegar mais tarde.

- Pizza? - Peter sugeriu. Olhei pra ele enquanto eu abria a geladeira.

- A essa hora? - Perguntei.

- E o que tem? Ou você liga pra sua mãe dar uma ajuda. - Ri.

- Você tá delirando. - Disse ainda rindo. - Minha mãe mora do outro lado da cidade. Ela nunca viria aqui só pra isso. - Tocaram a campainha. - Vê aí se tem alguma coisa pra gente comer. E tenta não atacar fogo na minha casa. - Ele resmungou alguma coisa que não ouvi. Quando abri a porta, arqueei uma sobrancelha.

- Olá, senhora Mendler. - Ela estava chorando. - Aconteceu alguma coisa com a Alice?

- Vai lá em casa? Por favor? - O tom de voz dela estava suplicante. Alice fugiu de casa? Tentou se matar? Tentou botar fogo na cozinha?

- Claro. Peter! - Chamei. - Vou ter que sair.

- Vai demorar? - Ele perguntou.

- Não sei. - Ele pegou a mochila dele e saímos os três de casa. Eu e a senhora Mendler entramos na casa dela.

- Ela está no quarto. - Ela disse. Assenti adentrando na casa. A porta do quarto da Alice estava fechada. Bati na porta. Ela não respondeu.

- Alice? - Chamei. Ela não respondeu de novo. Girei a maçaneta e vi que a porta estava aberta. Entrei no quarto.

- Vai embora. - Ela disse com a voz abafada por causa do travesseiro. Alice estava deitada na cama e chorando como uma condenada. Entrei, fechei a porta e sentei na cama, do lado dela.

- O que você tem? - Perguntei. Ela estava com a cabeça enterrada no travesseiro.

- Eu quero ficar sozinha. - Tentei tirar o travesseiro da cara dela. Depois de um esforço, consegui. Ela bufou. - Minha mãe que mandou você vim?

- Não. - Resolvi mentir. - O que aconteceu? - Insisti. Ela virou pro outro lado, ficando de costas pra mim.

- Nada.

- Você chora por nada, então?

- Não quero te contar. - Respirei fundo. Ela é mais complicada do que eu pensei.

- Tudo bem. - Encostei as costas na cabeceira da cama. Ela ficou quieta por uns minutos.

- Você não vai embora? - Ela perguntou ainda de costas pra mim.

- E te deixar sozinha chorando? - Ela virou de frente pra mim de novo.

- E o que tem? Isso não tem nada a ver com você. - Me fiz de ofendido.

- Eu tenho coração ok! - Ela sorriu de canto. Sorri também. - Ainda quer ficar sozinha?

- Quero.

- Que pena. Levanta daí. A gente vai sair. - Disse me levantando.

- Mas eu não quero.

- Eu não perguntei se você quer. To te esperando na sala. Te dou 20 minutos.

She Will Be LovedOnde as histórias ganham vida. Descobre agora