There is still time

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Domingo. Quase nove horas da noite. Eu estava na casa da Alice esperando ela voltar da viagem. O pai dela tinha acabado de sair pra ir buscá-la na rodoviária. Eu tinha chegado faz pouco tempo de um jogo de hockey com meu pai. Com toda a certeza do mundo não viramos melhores amigos. Só vimos o jogo, conversamos sobre o resultado e voltamos pra casa. Devo dizer que foi um grande progresso, já que quase nem discutimos.

Ouvi o barulho da porta e olhei pra lá. Alice entrou junto com o pai dela. Cumprimentou a mãe e olhou pra mim sorrindo.

- Oi. - Ela disse.

- Oi.

- Hm... Vamos conversar lá fora? - Dei de ombros. Alice arrastou minha cadeira de rodas até a parte de trás da casa dela.

- Saíram muito? - Perguntei quando ela se sentou em um banquinho que tinha lá.

- Um pouco. Você ficou em casa?

- Só saí hoje. Fui num jogo com o meu pai.

- Fico feliz que vocês estejam se entendendo.

- É... - Fiquei batucando os dedos no braço da cadeira e ela quieta.

- Jay, me fala o que tá acontecendo. Você tá estranho. - Alice disse pouco tempo depois.

- Antes de ir você desligou na minha cara, eu fui acordado as três da manhã por um amiguinho seu, você ainda ficou brava comigo por ter ficado puto e ainda não sabe o que aconteceu?

- Desculpa, é que... Tá com ciúmes do Noah? - Ela perguntou com um sorriso de canto.

- Alice, não tenta mudar a situação. - O sorriso dela sumiu.

- Tá. Desculpa. Eu tava nervosa pra ir lá. Não sabia como agir quando visse a Emily. E... Não liga pro Noah. E ele nem é tão meu amigo assim. Ele só tava lá por causa da Emily. Na verdade, eu bebi pra não ter que ficar aguentando o mimimi dos dois. Jay, não é fácil pra mim voltar pra Toronto. Não porque eu já amei o Will. Mas sim por saber que foi lá que alguém deu a vida por mim. E não adianta me falar que a culpa não foi minha. Tá. Pode até não ter sido. Mas eu me sinto culpada sim. Ele morreu no meu lugar! Eu tava nervosa. Desculpa.

- Pra mim também não é fácil ver você voltando pra lá. Parece que eu tenho que te disputar com o fantasma dele.

- Pelo amor de Deus, Justin! Eu to com você!

- Eu não falei nenhum absurdo. Eu sei que você ainda gosta dele. E não te culpo por isso.

- Eu amo você.

- Tá, mas não precisa mentir pra mim falando que esqueceu o Will porque eu sei que isso não aconteceu. - Ela mordeu o lábio e não falou mais nada. - Tá ficando tarde. Vou pra casa. Até amanhã. - Fui até a casa do meu pai. Ele tinha me dito que me daria uma carona pra casa.

- Por que essa cara? - Ele perguntou quando já estávamos a caminho.

- Alice acha que eu tenho cara de idiota. Só isso. Amanhã eu falo com ela.

(...)

- Eu só aceito sair com você se você parar de me encher o saco. - April disse e o Peter sorriu. Ainda não tinha batido o sinal.

- Então, se prepara, gata. Sexta as sete passo pra te pegar.

- Não me chama assim. - Ela disse fazendo uma careta. Ri.

- A gente pode conversar? - Ouvi a voz da Alice.

- Claro. - Respondi.

- Bieber, a diretora tá te esperando junto com o treinador na sala dela. - Um menino do time veio me chamar. Olhei pra Alice.

She Will Be LovedOnde as histórias ganham vida. Descobre agora