CAPÍTULO QUATRO.

1.2K 137 60
                                    

Eu e Sebastian tínhamos um combinado, eu sairia daquela sensação de derrota no fim dos oitenta e cinco dias. Hoje seria o primeiro.

Eu estava enfaixada, não poderia exigir muito de mim, estava psicologicamente abalada desde minha última conversa com o paramédico Edward onde foi citado um apoio clínico. Vinha martelando aquela hipótese em minha cabeça, mas acredito que ninguém gostaria de ficar refém de um lugar como uma clínica psiquiátrica, sendo medicada dia e noite, mas eu tinha decidido, caso os oitenta e cinco dias não obtivessem resultado significativo, eu me internaria, era pra um bem maior, eu não aguentava mais viver daquela forma.

Me despertei as 8h da manhã, tomei um banho quente e fui atrás do meu café da manhã. O dia estava chuvoso e um tanto frio, coloquei um moletom grande e preto que caia acima de minha calça de moletom preta. Coloquei uma música relaxante e preparei meu café. Recebi uma mensagem de Sebastian dizendo que viria as 9h.

Dei uma ajeitada na casa e o esperei sentada no sofá, minha mãe desce as escadas e se depara comigo sentada tomando meu café olhando fixamente a porta com o pensamento distante.

- O que está esperando loira? - diz ela.

- Meu terapeuta. Ele vem as 9h.

- Sebastian?

- Ele.

Eu e mamãe estávamos nos falando pouco, ela tentava se reaproximar de mim mas eu estava fechada, não queria conversar muito, só estava quieta.

- Espero que dê tudo certo.

- Eu também.

- Mark virá para o almoço.

Bufei.

- Lea por favor.

- Qual seu problema mãe? Você já olhou para a cara daquele sujeito?

- Eu também mereço ser feliz, não acha?

Fico em silêncio.

- Sinto muito.

- Está tudo bem... Vou trabalhar, qualquer coisa me ligue.

- Tá.

Esperei mais alguns minutos de cabeça inclinada para trás no sofá meditando sozinha e em silêncio até que ouço Sebastian chegar, me desperto devagar e vou até a porta, abrindo-a.

- Pensei que fosse demorar. - Disse.

- Vai me deixar congelando aqui fora? - Disse Sebastian sorrindo, ele estava com um suéter de lã branca, calça jeans preta e uma jaqueta preta.

- Era a minha intenção, mas não são tão malvada.

Dou espaço para que ele entre e se aconchegue.

- Sua casa é quente.

- Não só a casa. - Brinco.

Sebastian me olha e solta uma gargalhada.

- Você é meio besta. - Diz ele me jogando uma almofada. Dou risada.

85 ∂ıαs cσм ѵσcє. Where stories live. Discover now