CAPÍTULO DEZESSETE.

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Desço do carro e dou de cara com duas meninas vomitando no gramado em frente aquela casa, parecia abandonada, com muito mato à sua volta, como escadas da frente estavam lotadas de gente, não tinha como se locomover sem trombar em um mar de gente que cambaleava pra lá e pra cá, todos com aparências sinistras. No minuto em que piso no local recebo uma mensagem de Emy. "Sei lá mana, tô com um sentimento esquisito, onde você está? Pode vir pra cá?" mas não consigo respondê-la já que noto que Catarina não está mais na minha vista, ela simplesmente sumiu em meio à multidão junto com aqueles caras. Eu ligava e ligava em seu celular e ela não me atendia, mal chegamos e eu já estava tendo dor de cabeça, aquelas pessoas já estavam me incomodando pela forma que andavam no lugar, esbarrando umas nas outras, cara, que estresse!

- Lea? - Ouço uma voz atrás de mim, rouca, familiar.

Fecho meus olhos tentando manter meus pés firmes ao chão, naquele momento podia-se ver que certamente eu iria bambear como pernas pois sabia quem me chamava. Solto uma respirada funda e alta no meio de onde estava, em uma espécie de sala de estar com muita gente e balcões com bebidas e me viro devagar. Era ele, era o meu menino. Ele estava vestido em uma roupa preta como de traje, seu cabelo castanho claro penteado para trás, ele estava magro, com um cigarro em sua boca e uma jaqueta jeans com algumas artes desenhadas. Uma garota estava largada ao lado dele, drogada.

- Conta...

- Você ... Está linda.

Sebastian não disfarçou seu desconforto ao me encontrar ali, local onde eu relutaria estar em todas as minhas possíveis vidas.

- Obrigada. Foi bom te ver.

Quando me viro para ir atrás de Catarina, Sebastian me segura pela cintura tomando a minha frente.

- Você não vai embora assim, né? Caramba, me fala de você, como você está?

- Sebastian, eu poderia conversar com você, mas eu queria perder a minha amiga e eu não deveria estar aqui, isso tudo aqui não faz o menor sentido pra mim, então só me dê licença, por favor, preciso encontrar Catarina.

- Eu posso te ajudar.

- E quanto, à ela? - Aponto para a garota que se encontrava jogada no chão encostada na parede sendo acudida por outras meninas vestidas de coelhinho.

- Bom, eu estava com ela, mas, pelo visto, ela não está mais consciente.

Reviro meus olhos e parto novamente para o encontro de Catarina. Não satisfeito Sebastian segue meus passos até sairmos para a parte de trás da casa. Lá tinha uma piscina que parecia aquecida e muitos balões coloridos jogados dentro dela, garotas de biquíni dançando em pole dance na garagem à frente da piscina e muita gritaria.

- Acha que sua amiga está aqui?

- Eu espero que não.

- Lea, espera. Para um pouco.

- Eu não posso, ela pode estar em perigo.

- Não tem como ela estar em perigo.

- Tem, tem sim.

- ME ESCUTA!

Sebastian me coloca contra uma mesa de cadeira que estava encostada junto a parede do lado de fora, lá alguns copos vazios e outros limpos empilhados, quando Sebastian me posiciona na mesma, esses copos se desequilibram e caem no chão molhado, pela água da piscina que transbordava a cada pulo de alguém.

- Eu nunca mais te vi, nunca mais soube bem de você, como você está?

- Nunca estive melhor. - Minto.

85 ∂ıαs cσм ѵσcє. Where stories live. Discover now