02 - "Sala precisa"

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  Quanto tempo ficaram naquele abraço? Nenhum dos dois poderiam dizer. Estavam ali apenas recebendo e fornecendo carinho um para o outro.

Perceberam que já era tarde quando pararam de escutar vozes ao redor, o choro e fungadas estavam baixinhos. Com, isso Hermione desfez o abraço, se levantou e estendeu a mão para Harry.

   - Vem, vamos sair daqui, já está tarde e a gente precisa descansar.

O garoto assentiu, se ergueu com ajuda da amiga e saíram do grande salão. Após um período de caminhada Harry olhou confuso para Hermione.

  - Para onde estamos indo? - Questionou franzindo a testa.

  - Estamos indo para a sala precisa - respondeu - ou você prefere ficar sozinho no dormitório da grifinória? - indagou com uma sobrancelha arqueada.

  - Sala precisa, vamos para a sala precisa - o garoto se apressou em responder, tudo o que ele menos queria era ficar sem a presença de sua melhor amiga.

Hermione se permitiu, por um momento ainda que breve, dar uma risada e continuou a liderar o caminho para o sétimo andar. 

Ao chegar em frente a tapeçaria do sétimo andar, a garota desejou um ambiente confortável - como o salão comunal da grifinória, com um banheiro, para que pudessem tomar um banho e que tivesse roupas limpas. Finalmente, após as três vezes passando em frente a tapeçaria e mentalizando o ambiente que desejara, uma porta se formou, ao entrar se depararam com o espaço exato que a menina idealizou - havia um grande sofá vermelho com almofadas douradas, uma lareira e uma porta que dava para um banheiro.

Hermione logo se adiantou para o banho,  ao entrar se deparou com um espelho, a imagem que se formara era de uma garota toda suja, com sangue seco em suas bochechas, alguns cortes ali outros aqui, o cabelo estava um caos, e suas roupas, bem, tinham algumas partes rasgadas e outras chamuscadas por fogo e as bolsas abaixo de seus olhos que indicavam as noites mal dormidas e as que mal conseguira pregar os olhos. Chacoalhou a cabeça e começou a se despir, para se livrar de toda aquela sujeira em que se encontrava, com a esperança de que a água que caia do chuveiro também levasse toda a tristeza e angústia em que seu coração se encontrava - aquele sentimento de que algo grande estava por vir, algo que com toda a certeza mudaria sua vida, bom, não só a sua na verdade - mas naquele momento ela não fazia ideia do que  estava preste a acontecer.

Quando saiu do banho, vestida com roupas quentinhas e confortáveis que se assemelhavam a um pijama, encontrou um Harry pensativo no sofá, todavia, não o questionou, ele precisava de espaço e ela respeitaria isso. Não iria pressioná-lo, não, isso só faria com que ele se fechasse, tudo que ele precisa era saber que ela estaria ali pra ele - e acredite ela realmente estaria.

Harry percebeu que Hermione havia saído do banho e se adiantou para o seu. A imagem que encontrou no reflexo do espelho não foi muito diferente da qual a garota havia visto. Seus óculos estavam quebrados, o rosto sujo, cortes nas bochechas, sangue seco em torno de sua cicatriz, roupas rasgadas e os cabelos mais revoltos se e que isso é possível - presente da genética Potter. Chacoalhando a cabeça para se livrar dessa imagem, começou a caminhar em direção do chuveiro - se livrando das roupas pelo caminho.

Ao passo que a água do chuveiro escorria por seu corpo, ele ansiava para que a água não levasse apenas a terra, o sangue e lavasse suas feridas, não, ele ansiava que levasse também toda a culpa o vazio e aquela sensação que martelava dentro do seu peito - a sensação de que algo grande e importante estava por vir - "Não pode ser Voldemort, ele está morto!" - Harry penou - "Mas o que será?" 



NOTAS DA AUTORA

Espero que estejam gostando da história  ;)

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