23 - "We're not, no, we're not friends Nor have we ever been."

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Música para o capítulo: Friends - Ed Sheeran.

Um aviso antes da leitura sobre a mídia do capítulo: Clique no botãozinho do vídeo para conseguir acessar a música e não se esqueça de arrastar para o lado para ver a imagem do capítulo. Lhe desejo uma ótima leitura ;)

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[HOGWARTS - SALA DE TRANSFIGURAÇÃO.]

Naquele dia o tempo estava de mau-humor. O sol fez suas malas e foi embora, assim, sem dar nenhuma explicação, não deu um aviso prévio, também não deixou um bilhete explicando seus motivos. Apenas foi embora, deixando para ocupar seu lugar a tempestade impiedosa que castigava o enorme castelo de Hogwarts. Era uma manhã chuvosa naquele dia, os pingos de chuva açoitavam incansavelmente as janelas da sala de aula, fazendo um pequeno murmúrio que se misturava às vozes dos alunos que conversavam enquanto a aula não tinha seu início.

Estavam todos sentados em suas carteiras, cada qual com seu agasalho conforme a cor de sua casa, por esse motivo, a sala de transfiguração era uma grande mistura de vermelho, azul, amarelo e verde.

Aquela manhã estava sendo particularmente atípica em Hogwarts. Naquela aurora, James não se sentou ao lado de Sirius, como mandava o costume, e Lily, por sua vez, não se sentou com Marlene como faziam rotineiramente. Não, eles não se sentaram com suas respectivas duplas.

Não, eles se sentaram juntos! Compartilhando a carteira e olhares cúmplices.

Não houve um acordo. Não houve um combinado. Não houve uma conversa prévia. Eles apenas se olharam, abriram um sorriso e tiveram a plena certeza de que não poderiam ficar longe. Já haviam ficado separados por muito tempo.

Por esse motivo, os burburinhos corriam à solta. Hogwarts não estava preparada para aquilo, ou pelo menos Severus Snape não estava preparado para aquilo.

Não poderia descrever o que sentira ao ver Evans, sua Lily, sua melhor amiga, ou bem, sua ex-melhor amiga, sentando-se ao lado de alguém tão intragável, repugnante e desagradável como o Potter.

Pelos boatos que ouvira, e por não ser cego, ele sabia que Evans estava cada vez mais próxima daquela trupe de idiotas que se auto intitulavam "Os Marotos". Mas por Merlin, nada o havia preparado para ver aquela cena. A sensação de repulsa desceu amarga por sua garganta, queimando seu peito e alojando-se entre todos os seus músculos, tornando difícil até mesmo respirar.

Queria poder ir até ela e questionar se ela havia enlouquecido e precisava ser internada na ala psiquiátrica do St.Mungus, se havia bebido alguma poção ou se havia sido enfeitiçada. Por que, para Severus, aquele seria o único motivo cabível para Evans estar ali, sentada ao lado de Potter, o olhando e sorrindo como se gostasse dele, ou até mesmo como se estivesse apaixonada por ele.

Mas Snape não fez nada disso. Não caminhou até Evans, não conversou com ela e muito menos foi o foco de seu olhar.

O motivo?

Severus Snape não tinha mais esse direito. Ele não tinha mais o direito de se encaminhar até onde Evans estava. Não tinha mais o direito de conversar com ela, não era merecedor de sua atenção. Tudo por causa do maldito dia em que aquele termo horrendo lhe escapara. Tudo culpa do abominável Potter!

Mas nada disso o impedia de se importar com Evans.

A vida é marcada pelos primeiros acontecimentos. Pelo primeiro tintilar dos cílios - o primeiro abrir de olhos - a primeira respiração, o primeiro choro, o primeiro toque de nossa mãe em nossa pele, o primeiro sorriso, a primeira palavra, os primeiros passos...

Construindo meu futuro - HARMIONEWhere stories live. Discover now