Toy Factory

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Eu não seja até hoje por quanto tempo fiquei desacordado, só sei que foram dias ou até mesmo semanas

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Eu não seja até hoje por quanto tempo fiquei desacordado, só sei que foram dias ou até mesmo semanas.

Quando acordei eu senti uma forte pontada na cabeça, como se uma bomba relógio pronta para explodir estivesse plantada num ponto em específico. Poderia ser só minha imaginação, mas até o barulho agonizante do 'Tic Tac' da bomba eu conseguia ouvir. — só depois de longos minutos que eu notei ser um relógio na parede, daqueles antigos.

Eu mal tinha chegado e já estava ficando louco, não estava conseguindo nem mesmo enxergar direito! Minha visão ainda estava embaçada, o lugar onde eu estava é escuro e eu não sabia o que fazer. Sempre fui uma pessoa pacífica, então nunca me imaginei numa situação assim.

Eu estava deitado numa cama com lençóis de seda vermelha e uma coberta da mesma cor, o teto era de cimento — assim como as paredes e o chão. A única iluminação era de uma janela com grades, a cada girada de olho que eu dava tentando analisar o local; ficava cada vez mais parecido com uma prisão.

Meu corpo estava meio dormente por ter ficado sabe-se lá quanto tempo deitado, meus pulsos e tornozelos estavam pesados — sendo segurados por correntes de metal pesado.

Estava frio, eu sentia estar com uma roupa diferente e de fato eu estava. Tiro um pouco da coberta que estava sobre mim e percebo não estar com as roupas de quando eu desmaiei, engulo seco pensando em mil e uma coisas possíveis desde aquele momento até agora.

— Pensei que não iria acordar mais, estava a ponto de surtar Tete — disse uma voz sombria, eu não conseguia distinguir de onde ela se originou pois o quarto estava com eco. — Sabe, pensei que teria que transformar outro em meu novo brinquedo, mas vejo que você está bem.

— C-cadê você?! — Tento me sentar na cama com dificuldades para me levantar mas sou parado de supetão por uma corrente grossa de metal, que me prendia — parecia com uma coleira que estava acorrentada na cama.

Eu estava como a porra de um cachorrinho chamando pelo dono, patético!

— Bem aqui — a figura sombria do garoto de cabelos negros podia finalmente ser vista no meio do escuro, já que ele acendeu um isqueiro perto de seu rosto. — Como se sente Tete? Está feliz por estar aqui comigo?

O sorriso que assombra meus pesadelos até hoje estava estampado em seu rosto, ele parecia mais animado que uma criança na véspera de natal esperando seu presente.

— Não é dá sua conta, fora que eu estou sentindo tudo menos felicidade — tento permanecer firme mas minha postura se foi quando ele me olhou com raiva, essa expressão chegava a ser pior do que quando ele está sorrindo.

— Eu, eu, eu... Vou perguntar novamente, dessa vez é bom você acertar — ele se levanta é em um ato rápido ele caminha até a cama em que eu estava preso, logo ele para na frente da cama me encarando com um sorriso de orelha a orelha.

Agora ele estava sendo iluminado pela luz de uma janela com grades, podia perceber melhor que seu rosto tinha uma maquiagem estranha — como a de um brinquedo antigo. Seus lábios estavam com um batom preto que se alargava exageradamente pelas bochechas formando um sorriso, que lembrava um boneco de ventríloquo. Seus olhos tinham olheiras fundas, parecia que ele não dormia a dias ou até mesmo semanas.

A roupa era pesada e escura como sempre, e o diferencial eram suas unhas que mais se pareciam garras — também na cor preta. A sua expressão era indecifrável, um misto de emoções se instalava no meu corpo, eu não sabia o que ele iria fazer, não sabia como fugir, minha mente estava uma completa confusão.

— Está. Feliz. Por. Estar. Aqui. Comigo. Tete? — Dessa vez ele diz pausadamente enquanto colocava a mão no bolso para pegar algo.

Jungkook tremia um pouco, mas não de medo — claro que não, estava longe de ser isso. Estava mais para algo como um distúrbio, que mais tarde eu descobri ser síndrome de Tourette. Já sem paciência o garoto puxa uma adaga de prata do bolso ficando com uma expressão ainda mais assustadora, tento ir mais para trás e acabo batendo as costas na cabeceira da cama.

ME RESPONDA TAEHYUNG! — Dessa vez ele berrou meu nome normal me fazendo fechar os olhos de susto.

— S-sim, eu e-estou feliz — murmurei alto suficiente para que ele ouvisse.

Se tem uma coisa que eu aprendi no tempo em que vivi esse tormento, foi que eu nunca deveria mentir para Jeon jungkook — afinal, como se mente para o rei das mentiras?

— Que garoto mal criado, devo te ensinar a não mentir? — Ele perguntou brincando com a lâmina da faca enquanto observava meus movimentos, eu apenas balancei a cabeça negativamente. — Foi uma pergunta retórica garotinho — ele jogou sobre a cama engatinhando rapidamente até mim, eu até tentei me livrar de seus braços mas quando eu percebi a lâmina já estava próxima do meu pescoço.

Até poderia tentar me livrar dele mas eu estava fraco, com fome e sede, desorientado demais para pensar — e acima de tudo ele com certeza é mais forte do que eu. O rosto do maior se mantinha próximo do meu, parecia estar tentando guardar cada expressão minha em sua mente conturbada. Mesmo que eu quisesse me mexer, eu não conseguiria pois o maior tinha me imobilizado por completo.

— Peça desculpas — ele move a faca lentamente até parar com ela do lado da minha bochecha. — Peça desculpas por ser um mal garoto — dessa vez ele passou a ponta da faca pela minha bochecha, uma ardência se instalou pelo lugar graças ao corte formado. — É trate de pedir direito, ou haverão consequências.

— Desculpe-me por ser um m-mal garoto J-Jungkook — falo em um fio de voz, eu sentia as lágrimas se formando no canto dos meus olhos assim como o sorriso macabro no rosto do garoto.

— Muito bem! Merece até brincar agora!

Esse foi o início do meu sofrimento.

𝐋𝐮𝐱𝐮𝐫𝐲 → ᴛᴀᴇᴋᴏᴏᴋ ' Where stories live. Discover now