XIII

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Eu não podia acreditar que eu havia conseguido!

Na verdade, difícil era acreditar que eu havia encontrado uma pétala branca esquecida próxima a trepadeira de minha casa.

Foi quase impossível não me recordar daquele lindo pé de rosas brancas que papai tivera e mesmo que muito anos houvessem se passado desde que ele secou por completo misteriosamente, aquela pétala parecia tão viva quanto eu.

Mesmo tendo apenas sete anos, eu tinha consciência de que para se plantar algo, é necessário uma semente, mas nada que a minha mente otimista me fizesse acreditar que se eu plantasse aquela pétala em solo sadio e regasse com cuidado, aquela linda e graciosíssima rose, voltaria a crescer.

Meus pensamentos estavam certos! Mesmo sendo ainda uma menininha eu já tenho uma baita intuição feminina! Bem que papai disse que sou uma menina forte e inteligente.

Agora estou correndo até o quintal de nossa nova casa, claro que nos mudamos para outra, e essa era bem maior e muito mais bonita que a outra. E o melhor de tudo é que ela havia um jardim enorme pelo qual eu podia brincar de me sentir uma princesa em perigo em meio a tanto espaço e verde.

Logo atrás de mim, está papai, correndo como nunca o vi, acreditando em minha palavra de que tinha germinado uma rose como aquela em nosso vasto jardim.

Foi engraçado quando bastou apenas que eu tocasse na palavra "rose blanche" para que meu pai desse um pulo da sua mesa de estudos e me pedisse que mostrasse a tal rosa.

Ora, mas foi com muito prazer que o guiei até o canto mais escondido de nosso jardim que eu o plantei.

Quando tu, vistes a única e magnífica flor plantada no chão, eu vi seus olhos brilharem de um jeito que nem como o príncipe olha para princesa nas gravuras de meus livros de história. Nunca o vi olhar para alguém daquela forma, nem sequer para mamãe, mulher esta pela qual havia se divorciado há meses.

Seu corpo curvou-se diante da obra mais linda digna de uma pintura esbelta e observou-a de perto. Minha boca se entreabriu quando vi, com meus próprios olhos, aquela flor abrir-se ainda mais, exibindo a grande capacidade de suas pétalas de se abrirem e pareciam fazer isso à medida que via meu pai se aproximar.

Ela estava um pouco diferente do que era antes. Pelo que me lembro, eram um lindo pé de rosas, com várias delas, dezenas! Eram belas e brilhantes. Grandes e graciosas.

E esta era apenas uma, mas tão linda quanto. 

Ela parecia brilhar se a olhássemos por muito tempo. Um branco vivo como um vestido de noiva, ou como a lua do céu, ou até mais que isso. Era um branco estupendo, mais alvo e mais brilhante que qualquer outra coisa que eu tenha visto em minha pouca vida.

Jeongguk, meu pai, estava tão maravilhado que não me surpreendi quando o vi rir alto bobamente com os olhos cheios d'água admirando a formosura daquela rose blance com fascínio.

Eu poderia esperar daquela rosa, qualquer coisa, menos que eu a ouvisse falar:

Bonjour mon amour.

RoseWhere stories live. Discover now