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As manhãs de sábado não eram mais as mesmas e Victor sentia isso ao notar o sofá vazio da sala. Sua namorada estava ocupada demais com o trabalho para avisá-lo de que demoraria a chegar em casa.Sim, o trabalho.
Victor amaldiçoava esse emprego que ela arranjou, mal tinham tempo para eles mesmos, além do próprio sábado que começou péssimo. Faz mais de cinco anos desde que iniciaram o relacionamento. Stefane tinha o olhar extremamente focado tanto nos estudos, quanto no trabalho de meio-período.
Há um tempo, ela foi contratada numa cafeteria próxima de sua casa. Eles a pagam bem e são bastante receptivos, apesar dos protestos incessantes de seu namorado sobre receber mixaria. Ela não aguentava mais chegar ouvindo suas reclamações e lamentos, estava farta disso. Eram cinco anos de pura discussão.
Então, durante o crepúsculo de sábado, saíra de casa com seu uniforme no corpo e uma escolha em mente: término. Era a única solução cabível mesmo que isso a doesse, mesmo que isso significasse deixá-lo ir.
Pela manhã tudo parecia pacato. O canto dos pássaros numa revoada, o som de água caindo no córrego e nos quintais, crianças se divertindo nas calçadas. Tudo aquilo tranquilizava Victor, ao menos um pouco, enquanto passava impacientemente de canal na TV.
Ainda assim, ele pressentia o pior. Sabia que quando sua namorada chegasse ambos teriam mais uma discussão, mais um embate de quem teria mais razão, e motivos de Victor continuar dormindo na sala.
E todas às vezes ela vencia.
A namorada, distraída com seus afazeres, tendeu a esconder os seus sentimentos com o passar dos meses. Mantendo-se inexpressiva para evitar mais brigas. Quando estava triste, ela omitia, assim como feliz, ela não comentava a ninguém. Tampouco zangada, como agora.
Seu melhor amigo, a quem também é familiarizado com o seu namorado, não suportava a ideia de vê-los à beira do fim. Ele foi telespectador de todas as festas que ambos participaram como casal: raves, baladas, bailes e sua formatura. Ele era fã daqueles dois, namorava aquele relacionamento.
— Talvez o melhor seja um tempo — ela supôs cabisbaixa.
Stefane tinha o olhar acastanhado atento aos pedidos no balcão do estabelecimento, sua máscara descartável branca é quase transparente no rosto escuro e o cabelo crespo está amarrado numa touca de furos.
— Talvez — ele a responde dando de ombros.
— Ei! Pensei que iria me ajudar! Sei lá, dizendo que não é bem assim, que estou me equivocando — sibilou indignada.
— É isso que quer ouvir?
Micael rebateu mesclando sua atenção entre ela e os clientes que se aproximavam do caixa, lugar onde ele atuava também.
BINABASA MO ANG
Paleta De Cores
Short Story❝Paleta de Cores❞ nada mais é do que vários tipos de contos derivados dos significados desses tons. Haverá romance, mistério, assassinato, comédia, suspense, terror e entre outros gêneros. Divirtam-se! ⚠ Plágio é crime, DENUNCIE! ★ Capa: @LiamKian9...