➵ BRONZE 🏳️‍🌈 A VERDADEIRA LIBERDADE

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       Eu não tinha mais nada a perder, foi o que pensei antes de fazer besteira e perder o que realmente me importava

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       Eu não tinha mais nada a perder, foi o que pensei antes de fazer besteira e perder o que realmente me importava. Roupas, casa e comida eram apenas bens e logo voltariam a não ter grande valor para nós, mas eu pensava diferente... Por isso, acabei perdendo a Lótus.

Minha Lótus...

Desde pequena fui criada em um convento, um prédio abandonado por Deus, porque o orfanato da cidade estava lotado de crianças perdidas e o governador não dava verbas por conta de duas campanhas.

Tive uma vida regrada de limites, atribuições, cobranças e nenhuma recompensa, mas com o tempo dei adeus aquele mundo e vim parar nas ruas.

Sinceramente, não era o que tinha em mente quando completei maioridade e resolvi tomar controle da minha própria vida, mas essa é a minha realidade... Pelo menos, achei que ela fosse até tudo mudar drasticamente.

Lótus é minha filhinha de quatro anos que veio de um amor já comprometido, o homem em questão estava predestinado a casar quando nos conhecemos numa noite de bebedeira, para mim foi mais um como outro qualquer, mas para ele era sua despedida de solteiro.

Depois que ela nasceu, soube que os recém-casados foram morar em outro país. Eu nunca disse a ele sobre nossa filha, não tínhamos nada a não ser uma noite de prazer que compartilhamos, então guardei para mim até que ela tenha idade suficiente para me perguntar sobre ele.

Eu suportaria sua indignação pela minha covardia de não ter procurado por ele, ao menos para informa-lo, mas por hora me conformo apenas por ensina-la a dizer as "palavrinhas mágicas". É tão fofo vê-la tentar!

Lótus tornou-se meu mundo, minha razão de existir e continuar sobrevivendo, e foi por causa dela também que entrei em um mercado e roubei alguns suprimentos. Estávamos passando por dificuldades, o inverno está chegando e se não tivéssemos comida o suficiente iríamos morrer de fome. Eu nunca consegui um emprego fixo e pensei no roubo como última opção, mas as circunstâncias estavam me desfavorecendo então resolvi praticar essa ideia.

Francamente, não achei que fosse tão fácil. O moço do caixa revisava olhar entre mim e os outros clientes que entravam em seu estabelecimento, alguns pediam ajuda e outros circulavam a procura do que tinha na lista que traziam consigo.

Respirei fundo e fingi uma tranquilidade que não existia em mim, meu coração faltava sair pela boca, mas saí com os bolsos discretamente cheios.

Acreditei por um momento que tinha conseguido, que poderíamos passar tranquilamente esse temporada sem o medo me assombrando, porém, ao sair daquela loja de conveniência me vi sendo algemada por dois policiais bem na entrada onde as poucas pessoas que transitavam por ali nos observavam.

Eles vieram a pedido daquele moço "distraído" do caixa, acompanhado do gerente com o crachá escrito S. Ribeiro, e como se não bastasse isso, ainda me separaram da minha filha quando a encontraram a poucos metros da loja.

Paleta De CoresWhere stories live. Discover now