Cap-3

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"Eu tenho um dirigível dentro de minha cabeça;
Que voou sobre o ninho de cuco
As luzes estão acesas, mas não há ninguém aqui " labrinth - formula

Jonah

Ela estava pegando no sono.
Ali. Naquele lugar, no chão.Inacreditável.

Depois de vários minutos - não sabia dizer quantos ao certo sem nenhum relógio para me guiar, a cabeça dela começou a cair para frente inconscientemente, pesada demais. Ela parecia lutar contra o processo, balançando a cabeça e piscando exageradamente mas não parecia estar ganhando.

A cabeça dela devia estar confusa com tudo isso, e seu corpo estava pedindo - ou ordenando- um descanso.
Droga; eu ainda estava tentando entender que papel ela teria em tudo isso! Que maldita confusão.

Olhei para cima novamente, em direção a escada a minha esquerda que levava até a porta de madeira, como se ele fosse estar lá e me dar as respostas.

Mas como sempre, ele não estava, e como sempre ele não me responderia merda nenhuma.

Por que eu sou diferente? Eu havia perguntando a ele na breve ocasião em que tivemos uma chance de uma conversa.

Meu pai na presença de meu irmão e minha mãe parecia outra pessoa. Com eles era leve,divertido, e desnecessariamente pegajoso com a minha mãe. Ao meu redor quando estávamos sozinhos, era o oposto.

Ele me olhou com os olhos entreabertos, e por um momento eu quase podia jurar que tinha visto um sinal de simpatia dentro deles. Mas o que quer que fosse rapidamente desapareceu, e eu me perguntei se havia inventando isso em minha cabeça. Não tínhamos nenhum entendimento entre nós além do acordo que fizemos anos atrás, quando ele descobriu a minha origem vil ao matar o carteiro, mas não me deixou ser descoberto.

—Por quê você não vai falar com a sua mãe? Ele havia dito de maneira irritada -- usa essa sua boca pra alguma coisa além de comer e trate ela como um ser humano.

Respirei fundo chateado, mas não tive uma resposta, por isso decidi ficar em silêncio.
Ele sempre me fazia sentir culpado.

Eu gostava da minha mãe. Ela sempre foi boa comigo, e mesmo que ela não me entendesse eu sabia que ela me amava como qualquer outro filho e procurava por mim, ainda mais agora que o Jack estava com a data marcada para ir para a faculdade de medicina,algo que ela achou maravilhoso e demonstrou isso quando chorou mais vezes do que eu podia lembrar -fazendo novamente eu me sentir estranho e desconfortável.
Eu sei que ela queria que tivéssemos a ligação que ela tinha com jack, que eu me soltasse mais nos almoços em família ou que tivéssemos algum passatempo juntos, como quando ela e Jack e meu pai se juntavam para assistir filmes de terror.
Eu nunca gostei deles. Não só esse gênero, mas qualquer gênero de filme em geral, o que para mim foi uma surpresa. Se eu matava pessoas talvez eu poderia gostar de filmes com essa temática, eu pensei. Mas não.
Não sentia nenhum interesse em ver pessoas sendo torturadas ou assassinadas como as pessoas normais tinham ao assistir um filme como aquele.
O que me tornava ainda mais... estranho.
Eu não me enquadrava em nada.

E eu estava, novamente em uma situação em que eu não sabia como agir.
Eu precisava de tempo. Pensar, era isso.
Com aquela garota, por mais incomum que parecia eu poderia conseguir isso.
Se apenas ela não mudasse de atitude amanhã de manhã, eu poderia pensar em um plano.
E talvez, se eu tivesse muita sorte, poderia conseguir escapar sem mais uma morte nas minhas costas.

O filho de Jeff the killerWhere stories live. Discover now