Cap 6

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Encontrei você quando seu coração estava partido
Eu enchi seu copo até ele transbordar
Fui tão longe para mantê-lo perto (mantê-lo você perto)
Eu estava com medo de deixá-lo sozinho - Without me- Halsey

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Escutem a música do YouTube com o cap ~~
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Obs: olha ela tão rápido aqui de novo.
Estou feliz que estejam gostando da história, leio todos os comentários diariamente. Sério só por causa dos comentários de vocês que eu escrevo. É isso. É o (único) "pagamento" mais divertido ❤️
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Daisy

Depois dos exercícios, um silêncio desconfortável caiu sobre nós.
Apertei os lábios indecisa do que fazer a seguir.

Eu estava cansada, com fome, suja e prestes a ter um colapso mental em que eu voltaria a ser eu e perceberia a enrascada em que eu me encontrava, mas algo dentro de mim se apegava desesperadamente a qualquer distração possível, qualquer coisa que fizesse com que eu passasse os próximos momentos ainda lúcida.

Ou o mais lúcida que alguém em minha posição poderia estar.

Ele também pareceu mudar. Eu podia perceber o momento em que ele se fechou e voltou ao humor inicial de quando nos apresentamos pela primeira vez a algumas horas atrás.
Eu me perguntava internamente se eu havia sido a culpada por aquilo.

Ele se virou e andou em direção a cama dele,
E eu fiquei parada assistindo com uma pontada de inveja. Seria pedir demais para o sequestrador ter colocado duas camas, para que eu pudesse usar uma?
Minha única opção para me sentar ou deitar era o chão.
Trágico como uma coisa tão simples como uma cama fazia tanta falta mas só percebemos isso quando é tarde demais.

Minhas pernas pareciam pesadas demais, como se eu tivesse corrido por muito tempo. Eu não queria me manter de pé, mas que outra opção eu tinha? Eu havia acabado de me levantar depois de me empoeirar toda sobre o chão como uma cabeça oca.

Enquanto isso, ele parecia estar bem melhor do que eu, sentou na cama suavemente, parecendo perdido em pensamentos.
Os olhos dele estavam distantes e sem foco, como se estivesse longe.

Deve estar planejando a vingança dele agora,
Lembrei.
Como devia ser cansativo para ele também, sozinho e sem nada para distrair-se além de pensar em maneiras de se vingar.

Cansativo e deprimente.

Como não havia nenhuma chance dele estar notando minha presença, me senti mais livre para me mexer um pouco.

Meus olhos foram em direção aos restos de madeira estraçalhadas que antes eram cadeiras desejando que elas estivessem boas. Como seria melhor sentar nelas, em vez do chão.
Mas não adiantava desejar coisas que não estavam a minha disposição e eu sabia disso.
Eu havia aprendido a muito tempo atrás que as coisas não iriam acontecer só porque eu queria.
Não importava o quanto eu quisesse.

Ao menos eu iria me escorar na parede por um tempo, decidi.

Como a vida era...imprevisível.
Escapar de um pesadelo para me encontrar em outro.
Parecia tudo uma piada de mal gosto.
Eu havia abandonado minha vida de agressões e sofrimento,tudo para quê?
Eu ao menos teria como escapar daquela vez?
Como vencer um inimigo que nem está ali?
Não havia como escapar. Estávamos trancados em um porão, a total mercê daquele homem.

O pai de Jonah.

Eu estava tão confusa. Eu quase poderia dizer que tinha uma afinidade com Jonah. Eu não o conhecia o bastante, e talvez por isso mesmo que eu achava isso. Se não estivéssemos presos em um mesmo local, ao menos nos falaríamos? Eu achava difícil que sim.
Quem ele era, de verdade?
E isso realmente importava, agora?
Eu estava presa a ele, não importa quem ele era ou não. Eu não tinha escolha.
Suspirei, deprimida. Minha vida deixaria de ser uma confusão, um dia?

O filho de Jeff the killerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora