Cap 9

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Deus sabe que eu vivi
Deus sabe que eu morri
Deus sabe que eu amei
Deus sabe que eu menti — Lana del rey- God know i tried

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Escutem a música do YouTube com o cap ~~
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Jonah. Acorda. Vamos, ei, vamos lá.

Eu estava sendo sacudido como um saco de batatas. Abri os olhos e a ação pareceu mais difícil do que eu esperava que fosse.
A visão ainda não estava clara, mas aos poucos foram se revelando para dar espaço a ele.
Franzi os lábios, sentindo a cabeça rodar e tentei focar minha visão em apenas um lugar para que ela parasse de girar.
Lembrei de onde eu estava, e que havia bebido a porcaria da água com o sonífero que ele havia nos dado.
Nos... olhei vagarosamente para Daisy, querendo saber se ela estava tão merda quanto eu.
Não parecia. Encostada na parede, um pouco mais distante do que eu me lembrava, ela estava sentada parecendo ainda assustada com as mãos amarradas com corda, mas lúcida e bem. Não precisava olhar para minhas mãos para saber que também estavam amarradas. Elas estavam pulsando, e a amarração era dolorosamente apertada. Eu duvidava que havia algum sangue sobrando para circular no resto dos meus braços, e com certeza ficariam marcas profundas quando eu voltasse. Mas não era somente aquilo.Eu sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Ele devia ter colocado mais drogas em uma das garrafas. Sentei com dificuldade, apoiando as duas mãos amarradas no chão para impulso, e quando tudo começou a girar, decidi que não iria até a parede mais próxima... ainda.

Os olhos dela gritavam "você está bem?" e ela me olhava com preocupação. Acenei levemente para não mexer ainda mais a cabeça, apenas o necessário para tranquiliza-la.

Testei mover meus braços e eles obedeceram, mas devagar. Pesados.
As pernas também, percebi começando a perder a paciência.

— A ligação, Jonah. — A voz dele trouxe à tona minha raiva, mesmo abafada pelas drogas.
Eu não conseguia manter um pensamento tempo o bastante entretanto, com a cabeça como se estivesse em um estado embriagado.

O tempo parecia passar mais lentamente, e minhas próprias ações estavam letárgicas.
De alguma maneira ele havia colocado um celular na minha frente e estava discando um número na tela. O número da minha mãe.

— Você está em viva voz. — ele avisou, ameaçador. Era engraçado o quão tenso ele parecia mesmo eu estando amarrado e quase incapacitado de pensar coerentemente. Era tudo para ela. Ele estava preocupado, mesmo sabendo que eu havia aceitado o trato, mesmo sabendo que poderia me matar caso eu o enganasse, ele ainda se dava o trabalho de querer me assustar, tudo por ela.

— Alô?  — minha mãe falou do outro lado da linha. Eu havia esquecido como a voz dela soava tão maternal e cálida.

— Mãe...— clareei a garganta e tentei novamente— Sou eu. Jonah — expliquei, sem jeito. As palavras saíram estranhas até para meus próprios ouvidos.

— Jonah! — foi a resposta dela emocionada—
Eu recebi suas mensagens, mas que bom que finalmente você ligou.

O tom de voz dela era de alívio e carinho.
Eu senti meu estômago embrulhar, mas podia ser apenas efeito da droga.

— Sim... minhas mensagens. — olhei para ele com , e ele ergueu as sobrancelhas com um mini sorriso. Claro que ele havia dado um jeito, mas não imaginava que ele iria se passar por mim e mentir daquela maneira. Me perguntava se ele planejava continuar apenas mandando mensagens a ela durante meu desaparecimento, mas por ela ter estranhado, ele teve que mudar seus planos. Eu estava contente que ele tinha sido frustrado, por nada menos que a mulher que ele amava.

O filho de Jeff the killerWhere stories live. Discover now