Cap 11

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Eu sou apenas um tolo pra você
E talvez você seja boa demais pra mim
Eu sou apenas um tolo pra você
Mas eu tô pouco me fodendo, de verdade — IDFK - blackbear

Jamais esqueceria a sensação dos lábios de Daisy contra os meus.
O tempo inteiro que a tive em meus braços, esqueci o horror de minhas ações anteriores.
O futuro parecia brilhante. Problemas? Que problemas? Não havia nenhuma raiva, nem medo, nenhuma sensação de impotência.
Eu estava... normal.

Eu havia beijado uma garota.
Ou uma garota havia me beijado, e depois eu tinha a beijado pela segunda vez.
A linha do tempo não importava, a não ser do fato que eu não precisava mais me perguntar o por que das pessoas fazerem aquilo, já que eu tinha a resposta.
O beijo que ela me deu... foi surpreendente sim, mas foi algo casto, apenas uma amostra do que poderia ser.
Se eu fosse para o inferno, eu bem que poderia aproveitar as chamas, então eu tinha dito dane-se e feito algo ainda mais ousado. Eu a havia beijado novamente. Mas eu queria a experiência completa, aquele tipo de beijo que eu havia visto em pessoas em filmes, ou para meu desgosto total, em minha própria casa.

Minha antiga casa, me corrigi.

A experiência foi como algo que eu nunca experimentei. Agora eu entendia por que as pessoas faziam tantas coisas estupidas pela pessoa que os proporcionavam aquilo.
Coisas perigosas e idiotas apenas por mais daquela experiência, ou melhor dizendo, pela outra pessoa.

Eu não sabia se Daisy era essa pessoa ainda, mas se aquilo era uma amostra, eu estava dividido entre saber o que mais havia, e querer ficar o mais longe possível dela, porquê eu podia me ver como um total babaca ao lado dela, como ele e minha mãe.

Uma parte diferente de mim despertou, e eu nunca desejei que aquilo acontecesse.
Eu me perguntava entre tantas as coisas em que eu era diferente, o por que eu não me interessava sexualmente por ninguém.
Eu sinceramente não compreendia como as pessoas moviam céu e terra por algo que para mim parecia dispensável e até entediante...
Até poucos dias atrás.
Eu não era tão diferente assim, afinal.
Eu estava curioso e animado sobre aquela descoberta.
Pelo menos eu não era uma total aberração em todos os aspectos.
Agora só havia um pequeno problema, o que eu matava pessoas quando estava descontente. 

Um ponto para mim, eu acho.

— Então Daisy, é esse o plano que você quer ir em frente? Só que em frente ao meu pai? —
Eu ainda queria bater nele, de verdade.
Eu sabia que tinha cometido um engano ao partir para cima dele sem estar em boas condições, e para minha grande vergonha eu havia deixado ele me capturar com facilidade beirada a amadorismo.
Isso me fez pensar. Como ele sabia tanto técnicas de luta?
Como ele tinha a casa para nos prender?
Eu sempre soube que havia mais sobre ele que eu desconhecia, e agora cada vez mais se provava ser uma intuição correta.
Ele estava escondendo muitas coisas.
Da mãe, de mim, de todos.
Talvez ele fosse mais parecido comigo do que ele queria admitir. A ideia me deu asco, pois significaria que eu era parecido com ele mais do que eu queria admitir. E aquilo era inadmissível.
Haviam muitas questões sem respostas, possibilidades sem fim, e muito tempo livre.
Era um prato cheio para pensamentos destrutivos.

Ela afastou o olhar. Sua face enrubesceu.
Eu fiquei confuso com o por quê daquilo.

— Você tem que admitir que é o melhor que temos agora. Podemos ganhar mais tempo para realizar o... seu plano. E talvez ele não me jogue no próximo rio, se não precisar de "provas" a todo momento. — ela não parecia ter certeza, mas eu podia ver verdade no que ela estava propondo. A ideia também me interessava. Era tentador. A chance de explorar aquela nova descoberta sobre mim mesmo, e ao mesmo tempo planejar com mais cuidado o próximo passo.

O filho de Jeff the killerWhere stories live. Discover now