Maya Matthews In Chronicles Of Narnia ✨

Capítulo 11 - Cicatrizes

Quando eu acordei, percebi que estava num quarto diferente, provavelmente no castelo de Caspian. Tentei me mexer mas senti um grande peso sobre meu corpo, eu ainda estava de armadura. Senti uma mão entrelaçada a minha e quando olhei pro lado vi a pessoa que eu queria encontrar, Peter, era sempre ele quem estava lá quando eu acordava depois de um grande choque como esse. Ele também estava de armadura. Quando eu tentei me sentar ele me ajudou.

— Tá tudo bem Maya? — ele perguntou olhando em meus olhos, eu perdi a fala, então só confirmei com a cabeça. — Acho que eu deveria ter me acostumado com isso, você sempre da a sua vida, literalmente, pelos outros e acaba desmaiando de tanto sangue que você perde.

— Eu também devia ter me acostumado. — eu disse e nós rimos. — Eu preciso de um banho e você também, ainda está com a armadura. Há quanto tempo você está aqui? — eu perguntei sentando na beirada da cama.

— Desde que chegamos ao castelo, acho que umas 8 ou 9 horas. — ele disse como se não se importasse.

— Você não deveria ter ficado todo esse tempo aqui. — Eu digo tirando a parte de ferro da armadura, continuando com a cota de malha.

— Eu não poderia fazer qualquer coisa sem saber se você estava bem ou não, você sabe o quanto eu me importo com você! — ele disse simples.

— Tudo bem então. Eu vou tomar meu banho. — disse indo em direção ao banheiro.

— Tudo bem, eu volto em 20 minutos. — disse saíndo do quarto.

Eu tirei toda aquela roupa pesada do meu corpo e entrei na banheira, de repente toda aquela água cristalina se tornou vermelha por causa do sangue que tinha ficado em minha pele. Tomei um banho rápido, mas relaxante. Abri o guarda-roupa que havia sido arrumado a pouco tempo com vários vestidos lindos, eu soube que os vestidos que eu trouxe foram levados pra lavar, no guarda-roupa eu vi um vestido simples e bonito, ele era curto(comparado aos que eu estava acostumada a usar, pois ele batia um palmo abaixo do joelho), ele tinha mangas caídas que deixavam meus ombros a mostra, sua saia era feita com um tecido leve que o deixava bem rodado e ele era vermelho com vários detalhes de renda no decote. Eu me senti muito bem usando aquele vestido e senti que era o vestido que eu usaria o resto dia. Assim que eu me vesti eu ouvi uma batida na porta e fui abrir:

— Um momento! — disse antes de percorrer o quarto até a porta e quando eu a abri vi Peter. — Ah, você não precisa bater na porta pra entrar.

— Vai que você tá trocando de roupa.

— Você tem um bom ponto! Mas se eu estivesse trocando de roupa eu estaria trancada no banheiro.

— Tudo bem, mas melhor previnir do que remediar. — disse ele rindo. Ele estava vestido como eu me lembrava dele na antiga Nárnia, ele era o Grande Rei e se portava como o tal, nas vestimentas, no seu jeito, em tudo, ele teria sido um bom Rei se tivesse permanecido por perto. — Você está linda com esse vestido, Matthews!

— Obrigada! — eu disse corando. — Você também está muito bonito, Vossa Majestade, achei que você ia continuar se vestindo como um guerreiro até o fim da nossa estadia em Nárnia. — Nós dois rimos e eu me sentei na cadeira de frente pra penteadeira, enquanto ele se sentava na minha cama.

— Daqui a pouco o almoço vai ser servido, pedi pra Susan nos chamar quando for a hora.

— Tudo bem, só preciso pentear meu cabelo e calçar meu sapato. — Quando eu olhei pro espelho da minha penteadeira percebi a cicatriz no meu ombro e me lembrei de tudo que tinha acontecido, até aquele momento eu não tinha parado pra pensar nisso. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu tentei segura-las, mas elas foram mais fortes, aquelas lágrima quentes começaram a percorrer meu rosto e eu comecei a entrar em desespero, eu não consegui parar de chorar, as lágrimas eram insistentes e com elas vieram os soluços, foi aí que Peter percebeu que eu estava chorando, ele levantou rapidamente e foi até mim.

— Maya, o que foi? — ele perguntou mas eu não respondi. — Maya, fala comigo! — ele puxou minha cadeira pra que eu pudesse ficar de frente pra ele e se agachou na minha frente, mais uma vez os olhos dele me trouxeram calmaria e eu parei de chorar desesperada, mas algumas lágrimas ainda percorriam meu rosto. Ele limpou minhas lágrimas e perguntou de novo: — O que aconteceu, Maya?

— Eu vou te mostrar uma coisa, que seria um pouco indecoroso mostrar, mas é a única forma de eu te explicar o que aconteceu. Preciso que você prometa pra mim que ninguém vai saber disso.

— Eu prometo.

Eu levantei a saia do meu vestido e mostrei a cicatriz na minha perna direita.

— Essa, como a cicatriz da minha barriga são as que menos aparecem, mas ainda tem essa que atravessa meu ombro direito, essa no meu braço direito que foi de uma flechada e principalmente as dos meus antebraços. Como Soberana de Nárnia eu me orgulho e muito das minhas cicatrizes, elas mostram que eu não fui fraca e dei a minha vida pelo meu povo, mas como uma simples inglesa que não quer chamar atenção elas são como uma maldição, as pessoas podem pensar coisas horríveis e mesmo que digam pra eu não me importar porque só eu sei o que realmente aconteceu, dói saber que as pessoas pensam mal de mim.

— Maya... — eu o interrompi me jogando em seus braços, chorando ainda mais, ele me abraçou e fez carinho em meus cabelos tentando me acalmar. Ficamos alguns minutos ali abraçados e eu me mostrei vulnerável pela primeira vez pra alguém, eu realmente estava vulnerável.

— Peter, Maya, o almoço está servido! — disse Susan entrando em meu quarto. — Tá tudo bem? — ela perguntou desconfiada por eu estar abraçada a Peter.

— Tudo sim, nós já vamos descer. — disse Peter.

— Tudo bem, vamos esperar vocês, não demorem. — disse Susan saindo do quarto.

— Vai ficar tudo bem! — Ele tirou uma mecha do meu cabelo do meu rosto e a colocou atrás da minha orelha. — Se alguém disser ou pensar qualquer coisa que te machuque, eu vou estar lá pra você, independente da forma.

— Obrigada, Peter! — eu terminei de me arrumar, coloquei algumas das minhas jóias que eu tinha trazido de Cair Paravel, coloquei meus sapatos e arrumei meus cabelos em um coque enfeitado.

Quando saímos, Peter me estendeu o braço para que fossemos até o salão de jantar. Quando chegamos próximo a mesa Peter puxou uma cadeira pra eu me sentar e quando eu me sentei percebi os olhares de todos, sabia que eles achavam estranho eu e Peter estarmos juntos e não estarmos brigando, mas eu fingi que não percebi. Durante o almoço rimos bastante e houveram inúmeras trocas de olhares entre mim e Peter e sorrisos sem graça. Nosso almoço foi maravilhoso e em alguns dias aconteceria a coroação que seria seguida de uma longa festa que duraria a semana toda.

Espero que estejam gostando.

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Beijinhos 💋

*Capítulo não revisado.