Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
COOPER NORIEGA.
É tão difícil explicar pra mim mesmo, que não da mais pra concertar o que passou. Não dá mais pra trazer de volta aquilo que o vento levou. As coisa não vão melhorar, e esta cada dia mais difícil de entender.
Sinceramente, pode não parecer pessoalmente, mas eu não consigo me sentir realmente vivo, não consigo seguir direito nem os meus planos nem os dos outros, não consigo me lembrar de coisas básicas feitas há cinco minutos, não consigo acreditar que alguém realmente goste da minha presença, não consigo olhar pros meus sonhos e imaginar realizando eles, não consigo me sentir aqui
Por que continuar tentando?
Será que, eu sou tão idiota ao ponto de pensar que pelo menos um sonho, não vai ser deixado para trás, em milhares de pedacinhos?
Penso que, talvez, ainda não caiu a ficha de que sempre vou chegar bem perto deles, que sempre vou vê-los serem destruídos diante dos meus olhos, que sempre vou juntar os pedaços que sobraram e jogar no lixo... Que sempre vou terminar o dia chorando escondido, como hoje, por ter falhado novamente.
Tudo que eu toco, morre. Tudo que eu construo, se destrói. Tudo que eu crio, quebra... Sempre que eu tento, falho, erro, fracasso... E eu, simplesmente sempre me destruo, me quebro junto, junto com todos os meus sonhos, desejos e esperanças.
Eu desisto. Eu nasci para fracassar, para errar e perder.
É decepcionante olhar no espelho e ver que tornei-me o que mais repudiava, alguém que precisa fingir para agradar, alguém que não é o suficiente.
Estou cansado, da minha falsa alegria, dos meus falsos sorrisos. É como se não tivesse vida própria. Como um boneco esperando um novo comando.
Estou quebrado. Sou um simples boneco quebrado pronto para ser descartada, descartada como mais uma... Mais um que não tem utilidade.
Eu deveria está me sentindo melhor, não é?
Deveria, mas não estou.
Então, porquê sinto como se estivesse a desfalecer cada vez mais? Eu pensava que tudo tinha passado. Eu pensava que aquela tristeza agonizante tinha finalmente passado. Eu pensava que não iria mais chorar antes de dormir.
Eu pensava que não precisava mais fazer certas coisas para amenizar a dor, a dor de estar viva. Mas depois de tanto tempo, sem me sentir assim, presa à meus pesadelos, presa à mim mesma. Tudo está voltando, todo o sentimento, toda a agonia, toda a dor.
Por vezes me pergunto, será que algum dia, toda essa merda irá passar?
Será que isso só será possível se eu morrer?
E finalmente não sentir mais nada, nenhum pouquinho de tristeza se quer, nenhuma dor, absolutamente nada?! Pensando assim, a morte me parece uma ótima saída.
Me sinto um lixo por querer morrer, por não aguentar ou não me esforçar em aguentar a vida e todos os sentimentos negativos relacionados à ela.
Sinceramente, queria ser mais forte.
Se pensamentos de desistência passa pela minha cabeça e a vontade de estar livre definitivamente parece custar minha paz, posso não estar sóbrio...
Ninguém constrói nada em alicerce desestruturado, nem árvores de copas verdes são firmes sem raízes. Qualquer estrutura que tento me segurar me derruba.
Todas as coisas que desejei profundamente em algum momento desabaram. É angustiante.
Um belo dia você acorda e se dá conta que está cansado. Você se cansa da cidade, dos carros, das luzes. Você se cansa do lixo, das pessoas, do barulho. Se cansa de não saber para onde ir, se cansa de não ter para onde ir e precisar ir para algum lugar. Você se cansa de não ter razão, de não ter caminhos, de não ter opções, se cansa de ver sua vida igual a de todos os outros.
Você se cansa de não saber exatamente do que está cansado. Se cansa do "alguma coisa está errada" que paira sobre o ar desde uma época que você não se lembra. Se cansa das avenidas, das ruas, das alamedas, das praças, do sol, dos postes, das placas de sinalização, das buzinas. Você se cansa de amores incompletos, de amores platônicos, de falta de amor, de excesso disso e daquilo.
Você se cansa de esperar, de rezar, de aguardar, de ter esperanças, cansa do frio na barriga, cansa da falta de sono. Você se cansa da hipocrisia, da falsidade, da ameaça constante, se cansa da estupidez, da apatia, da angústia, da insatisfação, da injustiça, do frenesi, da busca impossível e infinita de algo que não sabe o que é. Se cansa da sensação de não poder parar.
E você não para, até que esteja morto.
E a morte chega para todos, mas na verdade eu que a escolhi.
