Convite

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Ana

Fui ao telhado, ele não estava mais lá, isso não faz com que minha vontade desapareça, quer sabe? Vou ir no quarto dele, mas não durmo sem xingar aquele imbecil.

Chegando na porta dele hesito em bater, mas só de lembrar do porquê estou aqui minha determinação volta.

Bati três vezes e foi o suficiente para que ele abrisse, quando me viu ficou confuso.

- Preciso te falar umas verdades - falei o empurrando e entrando no quarto.

- O que você acha que está fazendo? - perguntou fechando a porta atrás dele.

- Eu estou fazendo o que tenho vontade de fazer a muito tempo - respiro para recuperar o ar, estou muito nervosa - Sabe o que eu acho de você, Thomas?

- O que? - ele cruza os braços e levanta uma sobrancelha, mas ao invés de estar irritado ele parecia estar se divertindo com a situação.

- Eu te acho um babaca, um idiota, filho da puta, ingrato, surtado... - paro para pensar em outros xingamentos, a raiva me consumiu fazendo com que eu esquecesse tudo que eu estava planejando falar.

Ele aproveitou que eu tinha parado e se aproximou, agora conseguia sentir o cheiro de seu perfume.

- Acabou? - perguntou me desafiando enquanto chegava mais perto ainda, agora estávamos centímetros um do outro.

A nossa proximidade me fez ficar tímida, mas mesmo assim não perdi a postura.

- Eu te acho nojento - falo olhando-o nos olhos.

- Sério? E o que mais? - ele dá um sorriso provocador.

- Eu também te acho mesquinho - se Thomas acha que vai me desestruturar está muito enganado.

- Mesquinho? Aposto que você tem xingamentos melhores - percebo ele desviar os olhos para minha boca, não sei o que ele está tentando fazer, mas não vai conseguir.

- Você é a porra de um mulherengo canalha - concluo o empurrando para longe de mim.

- De onde você tirou esta conclusão? - ele pergunta fingindo estar indignado.

- Cala a boca, tá na sua cara. Aposto que você nem sabe o nome das mulheres que fica, apenas transa e descarta.

- Isso não é verdade - coloca a mão no peito fingindo estar magoado - geralmente pergunto o nome antes, sempre é útil quando estamos na cama - fala dando um sorriso malicioso.

- Babaca do caralho, mas obrigada por ter me ajudado. - agradeço ironicamente

- Ajudado em quê? - pergunta confuso

- Me sinto bem mais aliviada depois de ter falado sobre tudo que acho de você - dou as costas e vou embora com um sorriso no rosto

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- Vai Ana, eu vim aqui só para te convidar e você vai recusar? - Camila estava me seguia enquanto eu arrumava o quarto da Julieta.

- Camila, já falei que tenho que cuidar da Julieta - minto

- Eu não sou boba, sei que você trabalha um fim de semana sim e o outro não, esqueceu que você me contou da última vez que saímos?

- Por favor não me lembre daquele dia.

- Por falar nisso, o Nathaniel foi preso.

- Sério?

- Sim, quando você foi embora nós fomos atrás dele e chamamos a polícia. - disse enquanto dobrava algumas roupas da Julieta, eu até agradeceria, mas sei que ela só está tentando me convencer a sair.

- Aconteceu algo mais de interessante depois que saí? - perguntei

- Ana, não mude de assunto - droga, como ela me conhece tão bem em tão pouco tempo? - vai ser legal, a banda do Thomas vai tocar e nós temos ingressos de graça.

- É exatamente por esse motivo que eu não quero ir, já não deu para perceber que nós não nos damos bem?

- Vocês pareciam estar bem próximos na festa...

- Ele só me ajudou, e esse tratado de paz foi momentâneo, seu primo é um chato.

- Dá um desconto, Ana. Vai ser legal e a banda dele é muito boa, nem tô falando isso por ser da família.

Camila não ia desistir tão cedo, acho que o que me resta é aceitar.

- A banda dele é conhecida? Não sei muita coisa sobre ela.

- Ainda não é mundialmente conhecida, mas faz bastante sucesso na região.

- Qual o nome? - pergunto

- Moonlight, mas iaí? Você vai?

- Tudo bem, Camila. Eu vou.

Ela deu pulos de alegria e me abraçou, ela realmente queria que eu fosse.

O Irmão Mais VelhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora