Bom gosto

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Thomas

- Claro que não sou a Camila, pelo contrário, sou seu primo favorito. Quanto tempo, Thomas - diz Bruce vindo me abraçar.

Esse cara ainda tem coragem de encostar em mim, só não lhe dou um soco pois estamos sendo vigiados.

- Como você está grande - fala tia Carlota me olhando de cima a baixo.

Logo atrás vem o tio Mario que me dá um abraço rápido.

- Você chegou cedo, Carlota - Albert fala se levantando, percebo o desconforto em meu pai, ele odeia ser surpreendido.

- Sou pontual, você sabe disto - ela responde secamente.

Vejo Ana deslocada no canto da sala, então decido ajudá-la a se enturmar.

- Está é Ana, - falo me aproximando - babá de Julieta - a mesma me dá um olhar mortal, acho que estava gostando de ser invisível.

- Uau - admira Bruce - não esperava encontrar uma moça tão bela aqui - suas palavras entram como espinhos em minha pele, este garoto consegue me afetar sem nem perceber.

- Obrigada - diz Ana, envergonhada.

- Por sinal, me chamo Bruce - ele fala beijando sua mão, ela sorri timidamente.

Tento engolir todos os meus sentimentos, mas a minha expressão acaba me entregando.

- Por que cê tá com essa cara de bunda? - Julieta me pergunta baixo.

- Nada demais - respondo e faço questão de sorrir para tranquiliza-la.

- Muito prazer, Ana - tia Carlota fala com indiferença e Ana acena com a cabeça.

- Filho, você pode ajudar seu tio Mario com as malas? - minha mãe pergunta.

Sem responder pego parte da bagagem e faço um sinal com a cabeça para que ele me siga.

Entro no quarto onde os meus tios dormiriam e coloco as malas no chão.

- Na verdade essas malas são do Bruce, creio que ele não ficará no mesmo quarto que a gente.

Concordo com um sorriso forçado e pego a bagagem novamente.

Penso em joga-las pela janela, porém todos saberiam que não foi sem querer.

Escolho o pior quarto e coloco as malas.

Alguém vai ter que tomar banho frio de manhã, rio imaginando a cena.

Volto para onde todos estavam e vejo Ana conversando com Bruce, juro que tento não parecer um ciumento obsessivo, mas não tenho culpa se Ana sempre chama a atenção dos caras que eu não gosto.

Quando penso em me aproximar, a campainha toca novamente e pelo visto eu sou o porteiro daqui.

Abro a porta com cara de tédio e sou surpreendido por Camila que pula em meus braços de repente.

- Thomas, que saudades - ela fala me apertando.

- Desde quando você é tão carinhosa? - pergunto desconfiado.

O Irmão Mais VelhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora