Mulher encrenqueira

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Ana

- O que você quer dizer com isso? - pergunto tentando não ficar irritada.

- Eu não quero dizer nada, só é um fato de que turistas são todos distraídos.

- Não sou turista.

- E o que faz aqui? - ela pergunta

- Sou babá de uma criança que está brincando no playground - respondo impaciente.

- Quer dizer que além invadir o meu país, você rouba a vaga de emprego de algum local? - ela fala elevando o tom de voz chamando atenção de algumas pessoas.

- Senhora, eu não estou afim de confusão, já pedi desculpas por ter derrubado suas coisas e agora não te devo mais nada.

- Pare de ser inconveniente, você nem devia estar nesse shopping para início de conversa - ela elevou a voz ainda mais, eu preciso sair daqui o quanto antes.

Para minha sorte enquanto procurava uma alternativa de fuga eu avisto Thomas que vinha em minha direção.

- Amor, que bom que chegou! - falo praticamente pulando em seus braços, quando dou as costas para a mulher arregalo meus olhos para ele, fazendo com que entendesse o que eu estava fazendo.

- Ah, aconteceu alguma coisa, princesa? Ouvi esta mulher falando alto de longe. - ele fala se direcionando a ela.

- Quem é você?

- Sou namorado da Ana, posso saber o que está acontecendo?

- Você é namorado dessa aí? Dúvido. - a forma como ela falou me irritou profundamente, por que Thomas não poderia ser meu namorado?

- Não tem porquê duvidar, eu e Ana nos conhecemos quando ela veio trabalhar lá casa, foi questão de semanas para que eu me apaixonasse por ela - ele diz passando um de seus braços na minha cintura para me abraçar, decido fazer o mesmo.

- Você só está falando isso para livrar a barra dessa delinquente avoada, onde que alguém deixaria de namorar uma menina da cidade para namorar com essa estrangeira? - se não fosse pelos meus bons modos eu já teria voado na cara dessa mulher.

- Primeiramente não permito que você chame minha namorada assim, segundo que Ana é bem mais interessante e gostosa que muitas garotas daqui - aquele comentário me fez ficar sem graça, mas tentei não transparecer afinal não quero levantar suspeitas - e se você quiser uma prova de que namoramos aqui está - Thomas fala me beijando de repente.

Pude perceber o quão sem graça a mulher ficou quando acabamos o beijo, nem olhar para nós ela consegue.

- Satisfeita agora? - pergunto

- Isso não anula tudo que lhe falei, você continua sendo umazinha sem noção.

Antes que eu pudesse falar Thomas me interrompe.

- Fique sabendo que eu e Ana temos mais coisas para fazer, então licença. - ele fala nos afastando e deixando a mulher falando sozinha.

- Uau, que pesadelo - falo quando paramos na grade do playground - e o pior é ter que continuar abraçada com você para aquela surtada não suspeitar de nada. - meu comentário fez com que Thomas desse risada

- Se eu pudesse ficava assim por mais tempo, mas para sua felicidade a mulher já foi embora tem uns 5 minutos - ele mal terminou de falar e eu me desgrudo de seus braços rapidamente.

- Vou ir pegar a Julieta  - falo indo para a entrada. Tem muitas crianças então não consigo ver onde ela está, melhor perguntar a alguém.

Vejo um rapaz com blusa de funcionário sentando e decido falar com ele:

- Desculpa atrapalhar, mas você pode me ajudar? - ele olha para mim e sorri simpaticamente.

- Claro que posso!

- É que eu não vejo a criança que eu trouxe para brinca aí, você pode chamar ela? - enquanto falava notei a beleza do rapaz que aparentava ter a minha idade.

- Qual o nome dela?

- Julieta. - respondo e ele se distancia, minutos depois os dois aparecem juntos. - Muito obrigada... qual seu nome mesmo?

- Oliver, qual o seu?

- Ana! - respondo mais empolgada do que normalmente e Julieta me olha desconfiada.

- Um nome bonito para combinar com a dona dele. - ele fala sorrindo

- Vim ver o porquê de tanta demora - Thomas fala se aproximando, mas logo vê Oliver - ah, oi... quem é você mesmo?

- Sou Oliver, e você é...?

- Thomas.

- Vocês são namorados? - ele pergunta

- Não! - tomo a frente para responder - não somos nada.

- Ah, então não tem problema se eu pedir seu número, não é? - Thomas suspira parecendo irritado, porém decido ignorar afinal realmente não temos nada.

- Claro que não, você tem um papel?

- Tenho sim - Oliver fala me entregando um papel e caneta que estavam em seu bolso, anoto meu número e o entrego de volta.

- Mais tarde te chamo - ele fala e eu sorrio.

- Ana, dá para vim logo? Não estou afim de ficar vendo vocês dois flertando. - Thomas interrompe.

- O que? Não estamos... - antes que eu pudesse terminar de falar Thomas já tinha saído andando junto de Julieta, só pude dar um tchau com mão para Oliver, que ficou confuso sobre o que tinha acabado de acontecer.

O Irmão Mais VelhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora