Ana
Acordo deslocada, mas logo me lembro do que aconteceu, percebo que já está de noite... acho que dormi muito. Olho o visor do meu celular e noto que já são meia noite, por que Thomas não me chamou?
Lavo o meu rosto para tirar a cara de sono, desço e vou para a cozinha pegar algo para comer.
A casa está quieta, acho que todos já estão dormindo, penso isso enquanto pego uma banana na fruteira. Passo pelo quarto de Julieta, que dormia tranquilamente, e resolvo voltar para o meu.
Eu estava pensando em hipóteses de solucionar meu tédio quando ouço o barulho de algo do lado de fora da minha janela.
Sério que vão assaltar a casa começando logo pelo meu quarto?
Eu sei que em todos os filmes de terror quem vai em direção ao barulho sempre acaba se ferrando, mas a curiosidade é mais forte que o medo de morrer.
Abro a janela cuidadosamente e me deparo com... nada? Tá, agora sim eu estou com medo, não havia nada no telhado. Volto para dentro, mas tenho uma ideia, por que não ir ouvir música lá fora? Não corro risco de acordar ninguém já que aproveitei a minha ida ao shopping para comprar um fone de ouvido.
Pego um casaco para não congelar e vou em direção ao telhado, quando a melodia tomou conta dos meus ouvidos até me arrepiei, fazia um tempo que eu não escutava a minha playlist preferida.
Fechei os olhos afim de aproveitar a experiência e curtir a brisa que batia levemente no meu rosto. Eu estava praticamente em outro mundo quando senti algo me tocar.
Dei um grito que provavelmente acordou a vizinhança toda e me virei para o lado rapidamente com o objetivo de ver o que me tocou.
Dei de cara com Thomas que me olhava assustado.
- Tá maluco? Quer me matar do coração? - perguntei tirando um dos fones.
- Meu deus, você tá surda? Eu te chamei duas vezes e você não ouviu, resolvi te tocar para ver se tava viva. - respondeu sentando do meu lado.
- Viva eu estou, não te ouvi por estar escutando música.
- Que música? - antes que eu pudesse responder ele pegou os fones de mim e colocou em seus ouvidos.
- Me devolve seu folgado - falei pegando de volta um dos lados, assim eu e ele poderíamos ouvir juntos.
- De quem é? Nunca ouvi - ele fazia uma expressão confusa.
- Do måneskin, minha banda preferida, nem ouse falar que é ruim.
- Não, não é ruim, só nunca ouvi... que língua é essa?
- Italiano, o nome da música é " LA PAURA DEL BUIO".
- Você sabe italiano?
- Na verdade sim, na época em que eu fiquei "presa" dentro de casa pude aprender várias coisas.
- Ah... nossa, essa música é realmente boa, me mostra outra deles? - Thomas parecia estar verdadeiramente interessado.
Eu resolvo colocar "sh*t blvd", uma das minhas preferidas. Thomas fechou os olhos e começou a balançar a cabeça, ele parecia estar curtindo, decido fazer o mesmo enquanto cantarolo a canção.
"...So say that you hate me
Say that you want me down, down, down
So say that you hate me
Say that you want me down, down, down... "
Tenho a sensação de estar sendo observada e quando abro os olhos encontro Thomas que parecia estar me analisando atentamente.- Que foi? - pergunto
- Algum motivo para ter me mostrado essa música?
- Ué, você pediu mais uma e eu te mostrei.
- Nenhum motivo a mais? - ele me encarava intensamente
- Não... - respondo desviando o olhar - afinal, nem te perguntei, o que você estava planejando fazer aqui uma hora dessas?
- Geralmente quando tenho insônia ou não paro de pensar algo em específico venho aqui para espairecer - volto o meu olhar e percebo que ele ainda estava me analisando.
- Ah, entendi...
- Ana eu estava pensando, a gente mora a uns 4 meses juntos, mas mesmo assim não sabemos quase nada um do outro.
- Bem, você sabe sobre o meu passado mórbido pelo menos. - meu comentário fez com que ele desse uma risada sem graça.
- Não é disso que eu estou falando, por exemplo, eu não sabia até uns minutos atrás qual era sua banda preferida.
- E desde quando você é interessado em saber o que eu gosto?
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O Irmão Mais Velho
RomanceQuando os meus problemas já estavam me sufocando recebo uma proposta de emprego para trabalhar como babá em uma casa de família nos Estados Unidos, porém não contava que teria que lidar com o irmão mais velho da criança. #1 em romance