Jogo da verdade

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Ana

Minha pergunta fez com que Thomas ficasse desconcertado, acho que ele não esperava que eu o perguntasse isso.

- Não sou, idiota. Só estava planejando sugerir uma brincadeira para passar o tédio. - respondeu

- Que brincadeira?

- É bem simples na realidade, eu te faço uma pergunta e você responde, vice e versa.

- Sobre qualquer coisa? - agora me interessei.

- Qualquer coisa.

- Tudo bem, eu começo. - falei tomando a frente - qual seu gênero musical favorito?

Percebi ele ficar desanimado, acho que ele esperava uma pergunta melhor.

- Sério, Ana?

- Ai Thomas, responde.

- Ana, eu literalmente só escuto rock, qual será meu gênero musical favorito? - é, talvez eu seja um pouco lesada.

- Tá, vai. Pergunta você.

- Tá bom... Pode ser qualquer coisa, né?

- Só pergunta logo. - já até imagino o que ele quer saber.

- Me conta como foi seu primeiro beijo, detalhadamente.

- Por que você quer saber isso? - indaguei envergonhada

- O primeiro beijo sempre é vergonhoso, conta vai - ele ria enquanto falava.

- Não é para rir, tá? Eu tinha 14 anos e estava em uma festinha, um garoto que eu não conhecia pediu para me beijar e como ninguém nunca tinha se interessado por mim eu aceitei.

- Só isso?

- Calma, ainda não concluí. Depois que eu acabei o beijo fui correndo contar para as minhas amigas, foi assim que eu descobri que o garoto tinha fama de não tomar banho, elas ficaram me zoando por semanas.

Mal terminei de contar e Thomas estava chorando de rir, a risada dele é contagiante então comecei a rir também.

- Credo, Ana. Então quer dizer que você tem uma queda por garotos fedidos? - perguntou enquanto ria ainda mais.

- Cala a boca, Thomas. - brinquei - agora é minha vez, conta seu primeiro beijo também.

- Ah, mas já foram tantos que eu nem lembro. -

- Esqueci que desde sempre você é um galinha, vou pensar em outra coisa... O que te atrai em uma pessoa?

- Tá interessada é? - ele perguntou me desafiando.

- Nem que você fosse o último homem do mundo, agora para de brincadeira e responde.

- Ta bom, tá bom - falou levantando as mãos se rendendo - geralmente eu noto características físicas, já que não costumo passar muito tempo com a mesma garota, mas ultimamente tenho mudado de opinião...

- Achei enigmático. - notei Thomas conter um sorriso que estava prestes a sorrir.

- Tá, minha vez. Você é virgem?

Sem conseguir me segurar explodi em risadas, ele me olhava sem entender.

- Thomas, você acha mesmo que a essa altura eu ainda seria virgem? - perguntei

- Você parece ser certinha, do tipo que só transa com a pessoa certa...

- No caso é que eu não sou rodada que nem você - pisquei fazendo ele revirar os olhos, mas pude perceber que ele se sugurava para não rir.

- Tá, já entendi que você me acha um mulherengo, agora é sua vez de perguntar.

- Thomas, por que você é tão fissurado na segurança de Julieta? Chega a ser paranóico. - pude perceber que o semblante dele mudou, agora ele estava um pouco mais sério que antes.

- Mudança de planos, de repente fiquei com muita vontade de entrar e dormir. - brincou, mas eu sei que no fundo aquilo tinha um pingo de verdade.

- É relacionado com algo que aconteceu no passado? - tentei deduzir

- Sim, e eu não costumo falar sobre isso com ninguém, então se puder mudar de assunto...

- Então quer dizer que você não confia em mim? - brinquei

- Não é isso, é só que esse assunto é delicado para mim. - ele respondeu olhando em meus olhos, fazendo com que eu sentisse sinceridade em sua resposta.

- Tudo bem, porém vou ter que superar minha curiosidade - falei rindo tentando quebrar o clima que estava prestes a se formar.

- Acabei de lembrar que tenho algo para você, me espere aqui.

O Irmão Mais VelhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora