•Capitulo 8

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•Boa leitura
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- Palhaço! - murmurei.

- Eu? - se apontou,se fazendo a própria Kátia.

- Prontinho,vou pedir que alguém os acompanhe até o quarto.

Aquela sensação de estar em um hotel chiquérrimo estava começando a fazer efeito.Era tudo tão limpinho e cheiroso,tudo tão organizado,todos os funcionários muito bem educados e o melhor,eu não precisava levar minha mala até o quarto.E que quarto!Era simples,apenas uma cama de casal bem grande,dois criados mudos sendo um de cada lado,uma cômoda,uma escrivaninha,uma TV na parede e uma poltrona perto da enorme parede de vidro que tinha a vista da cidade.
Como não tinha tempo para ficar apreciando tudo aquilo,eu simplesmente usei os cinco minutos que ele me deu para poder ir ao banheiro e dar aquela verificada lá em baixo.A coceira tinha diminuído,mas ainda estava ali,lembrando-me de nunca mais ser irresponsável.Assim que chegássemos em Los Angeles ia direto procurar minha ginecologista para poder receber uma bronca dela pelo que fiz.
Troquei a calça jeans e a blusa por um vestido,depois saí do quarto,dando de cara com ele,aliás,a batida por pouco não acertou a minha cara. - Cadê a pasta?

- Desculpa,esqueci,já venho.

- Tá,anda logo,estou atrasado.

- Eu já vou!

Eu estava preparada para novamente entrar em um carro e ir sabe se lá para onde,mas quando a porta do elevador se abriu,estávamos num outro andar do prédio.Victor saiu e eu o segui,indo em direção à uma porta no final de um largo corredor.Ele abriu a porta sem nem mesmo bater,e deu espaço para eu entrar.
A sala não era muito grande,toda branca,com um projetor no fundo,onde uma mesa com um computador estava,e no restante da sala,várias mesas ocupavam duas fileiras de canto,cada uma com duas cadeiras,e somente uma não estava ocupada.Todas as mesas tinham duas garrafinhas de água,cadernetas e canetas para anotação,além de uma pasta fina com provavelmente alguma coisa relacionada a conferência.

- Só senta na que está vazia. - ele falou baixinho perto de mim e eu obedeci,sentindo os olhares daqueles homens e mulheres com cara de empresários,me encarando enquanto eu passava abraçada a uma pasta de arquivo preta,toda sem graça.

Victor veio logo atrás de mim,eu me sentei na cadeira do canto e ele na beirada.Na frente,um homem falava um monte de coisas que eu não conseguia entender,mas usava palavras que eu já tinha lido em alguns relatórios que vi de Victor.Aquilo era tão complexo,tão chique.

- Quanta gente,quem são? - perguntei enquanto abria a pasta.

- O que está falando se chama Gilson,e os outros são acionistas e aquele ali,a minha direita,acho que já conhece. - esquivei-me um pouco para a frente e olhei na direção.

Sim,eu conhecia o elegante e safado Arthur,vice presidente da empresa e ao lado dele,Carol?Ela também me olhava,sem entender o que eu estava fazendo ali,porque eu simplesmente não tinha comentado que iria viajar com meu querido chefe e agora ela ia contar para Mii,que concerteza não deixaria barato.
Eu não conseguia prestar atenção e entender o que Gilson estava falando,porque aquilo era assunto fora do meu mundinho,mas Victor estava tão atento olhando ele falar e mostrar as coisas no slide,que parecia até um aluno muito prestativo.
Comecei a esfregar uma perna na outra,sentindo o incômodo na virilha e tive que me segurar muito para não levar a mão lá.Coçava,coçava,coçava,como se a pomada estivesse acabando o efeito,então o desgraçado que estava ao meu lado,levou a mão por baixo da mesa e pousou ela bem na minha perna,há pouquíssimos centímetros da minha intimidade.Olhei com os olhos arregalados para ele,como ele ousava?

- Só relaxa.

- O que você vai fazer?

- Nada,mas poderia fazer muita coisa.

Querido ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora