•Capitulo 32

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Maratona (04/?)
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Aquela mulher ficou ali até escurecer e quando saiu, a casa voltou a ficar em silêncio. Cheguei na sacada e pude ver Victor m correr de um lado para o outro na areia enquanto os filhos tentavam alcança-los. As risadas eram possíveis se ouvir de longe, e até Luca com aquelas perninhas pequenas estava tentando pegar o pai.

Tomar aquele chá não foi lá uma escolha muito boa, porque as cólicas só aumentaram e desgraçadamente meu ciclo desceu com tudo, coisa que não devia acontecer. Tomei um banho, vesti meu pijama e voltei a deitar, desejando no fundo do meu coração estar quieta na minha casa esperando aquilo passe. Eu nem me lembrava mais o quanto era ruim aquilo, mas estava agradecida de sempre ter um pacote emergencial de absorvente comigo.

— Babi?

Ele surgiu sem nem mesmo bater na porta, e quando me viu toda encolhida na cama veio direto até mim, na colocando a mão na minha testa.

— Eu estou bem.

— Não tá nada, tá ardendo em febre, Bárbara.

— Nem estou com frio.

— Ok! Eu vou levar você no médico, deve ter comido algo ontem que não caiu bem.

— Eu não vou a médico algum! — gritei, irritada.— Me deixa em paz, tá? Eu só quero ficar sozinha.

— Mas... — ele passou a mão na minha cabeça tentando acariciar meu cabelo, mas segurei sua mão o impedindo.

— Eu sei me virar, Victor. Faço isso sozinha há anos, não preciso de ninguém cuidando de mim, muito menos você.

Ele se afastou, talvez a entender a minha reação. Ficou me olhando um tempo e depois saiu, e foi aí que eu desabei sem nem mesmo saber o porquê do choro.

Eu melhorei. Três dias depois eu me vi obrigada a melhorar, porque Victor estava preocupado demais de deixar as crianças comigo e enquanto ele estava fora, ligava de quinze em quinze minutos para saber se estava tudo bem. Isso sem contar que ele passou na farmácia e comprou um monte de remédio que ele imaginou que eu devia tomar, e se não fosse os remédios para dor e febre eu provavelmente ainda estaria em baixo da coberta.

Apesar de já estar melhor, eu já não sentia mais a vontade de estar ali, principalmente porque depois que Victor encontrou a tal Tia Thaiga perdida no congresso, todo dia ela ia almoçar lá e passar um tempo com as crianças, e aquilo era chato, porque a atenção ia totalmente pra ela, e nem Victor nem o pirralhos sequer lembravam da minha existência.

Como eu tinha a tarde livre, isso segundo Victor, é claro, depois que eu melhorei eu resolvi sair um pouco. Passei a tarde toda andando pelo centro de San Diego, conhecendo o local e comprando algumas coisinhas que eu com certeza usaria ou colocaria de enfeite na minha humilde residência.

Voltei pra casa já estava a noite e quando cheguei, apesar do carro estar na garagem, não tinha ninguém na casa e ela estava toda escura, entretanto, eu conseguia ouvir vozes vindo do fundo da casa e uma espécie de música típica mexicana. Subi para o quarto para guardar minhas coisas na mala e então fui na sacada ver o que estava acontecendo.

Victor, as crianças e Thaiga estavam na praia, perto de uma fogueira enquanto bebiam, comiam e conversavam, e depois de ficar na minha cama três dias seguidos eu resolvi ir até lá, só para não aparecer a secretária mais antipática do mundo.

— Babi! — Oli correu na minha direção, mas antes que conseguisse me alcançar, ela tropeçou no próprio pé e caiu de joelho na areia.

— Cuidado, menina! — a ajudei a se levantar enquanto ela ria, divertindo-se com a própria queda.

Querido ChefeOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz