•Capitulo 51

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Ela deu uma risada debochada e eu a fitei. — E eles sabiam disso?

Abri minha boca para responder, mas como a resposta na ponta da minha língua era "não", eu me calei. — Vamos mudar de assunto?

— Você é engraçada.

— E você é debochada. — apertei seu nariz e ela deu um tapa para afastar minha mão.

Olhei para as gêmeas que não tinham lá uma cara muito boa e fiquei completamente sem graça, mas pensando bem, aquilo era ridículo! Ciúmes de mim? Pra quê?

Eu já ia me levantar e me jogar no meio delas quando ouvi a porta bater. Não demorou muito para Victor aparecer, cheio de sacolas e nisso as crianças já saíram correndo enquanto gritavam que finalmente iam matar a fome.

Fiquei rindo no sofá vendo aquelas crias correrem em volta dele tentando descobrir o que ele tinha comprado.

— Vamos com calma, cadê a educação?

— Sei nem o que é isso.

— Meu pai não educou a gente não! — Henry tomou uma da sacolas de sua mão e saiu correndo.

Era engraçado ver aquilo, mas de certa forma, pavoroso. Eu tremia só de pensar que havia alguma possibilidade de eu me tornar a pessoa responsável por eles e já consegui imaginar os quatro sendo domesticados, porque definitivamente, se eu resolvesse algum dia em aceitar o pedido de Victor, eles não iriam continuar desse jeito por que eu não queria de maneira alguma enlouquecer de vez.

Victor deu um sorriso enquanto me olhava e depois sussurrou algo que não consegui entender. Esperei Joana desaparecer corredor adentro enquanto as crianças acompanhavam ela e fui até Victor.

— O que você disse?

— Tá bonita com minha blusa. — ele me puxou pela cintura e foi logo me beijando de forma carinhosa. — Tá cheirosa também, usou meu perfume?

— Só um pouquinho. — gesticulei enquanto fazia cara de quem tinha sido pega no flagra. — Ele é bom, eu gosto.

— Meu perfume fica bem em você.

Olhei mais uma vez as horas na tela do celular e soltei um suspiro frustrada. Maldita a hora que ofereci para mim vir com Victor levar Luca ao médico, e a demora estava me irritando. Tinhamos uma criança doente e mais de uma hora esperando o médico, e eu não sei se era pior ter ficado longos minutos na recepção ou ficar naquele quarto esperando o médico aparecer.

Saltei da maca e fui até a janela no intuito de ver um pouco o mundo do lado de fora, e enquanto isso, Victor tentava acalmar o pequeno que resmungava em seu colo.

- Se quiser ir embora pode ir, tá perdendo seu final de semana.

Dei um sorriso sem graça percebendo que ele não tinha deixado passar o meu nervosismo. - Desculpa, não é o único que tem seus traumas hospitalares, mas eu vou ficar bem.

Vi a porta atrás dele se abrir e por ela surgir uma médica de jaleco rosa. Bonita, olhos claros, cabelos longos e louros preso num rabo de cavalo impecável.

- Quem é vivo sempre aparece. - disse a médica, aproximando-se de Victor e do filho. Ele arregalou os olhos e se afastou, como se estivesse surpreso. - Ah, qual é, eu não mordo, não mais.

- Oi, Tainá.

- Tainá, a Tainá do Lucas? - indaguei, sentindo uma pontada de ciúmes. Se ela era quem eu pensava era ex de Lucas e de Victor.

- Oi, você conhece ele? Meu ex noivo. - ela revirou os olhos. - E você, quem é?

- Bárbara, Bárbara Passos. - dei um sorriso cínico e Victor pareceu querer rir.

Querido ChefeWhere stories live. Discover now