catorze

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Estou parada em frente à oficina há mais tempo do que realmente é necessário

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Estou parada em frente à oficina há mais tempo do que realmente é necessário. Não parece ter ninguém lá. As luzes estão apagadas e os arredores estão silenciosos. É uma rua tranquila comparado às outras partes da cidade. Não vejo nenhum sinal do carro de Ryan, então como ele pode estar mesmo lá? 

Mas ele me mandou aquela mensagem. Eu sei que ele está lá em algum lugar, apenas me esperando. Então por que estou aqui parada na calçada feito uma idiota, como se ele fosse se materializar na minha frente a qualquer momento? 

Porque você é uma covarde, grita uma vozinha irritante no fundo da minha mente. E sim, eu sou mesmo covarde. Tudo isso é muito novo para mim, e toda vez que Ryan me vê nua — não que tenha sido tantas vezes assim — é como se eu desse um passo adiante para alcançar a Nova Jade. É um pouco estranha a sensação. Ninguém jamais me viu nua, e a forma como ele me olha, me toca, usufrui do meu corpo… é demais para digerir. Mas a questão é: não quero parar. Quanto mais eu recebo, mais eu quero, e estou desesperada para saber qual é a próxima lição.

Respiro fundo, conto até três mentalmente e finalmente avanço. Não tenho noção de por onde devo entrar, então eu faço a coisa mais óbvia: bato no enorme portão que tapa a frente de toda a oficina.  

Espero na calçada, olhando desconfiada para os lados, como se alguém estivesse me observando e soubesse o que eu andei aprontando nos últimos dias. Eu preciso parar com essas paranoias. 

De repente, o portão se ergue, assustando-me. Vejo o corpo de Ryan surgir — coberto por um jeans surrado e camisa azul escuro — antes do seu rosto. Ele não diz nada: apenas faz um movimento sutil de cabeça, me convidando a entrar. Uma vez dentro, ele volta a baixar o portão. 

O interior da oficina está escuro, a não ser por uma luminosidade discreta que escapa de uma sala do fundo; acho que é o escritório. Não há carros aqui além do Mustang estacionado em uma vaga onde a fresta de luz bate, realçando a tinta preta brilhante do carro. 

Volto-me para ele. Eu nunca sei como puxar assunto na sua presença, mas ele é mais rápido. 

— Está com fome? 

Meu estômago ronca em resposta. 

— Um pouco. — Muito. 

— Gosta de comida indiana? — pergunta ele, andando na direção da sala dos fundos, e eu vou atrás. — Pensei em pedir hambúrguer e batata frita, mas como você já trabalha com isso, achei que gostaria de algo diferente. 

Ele… pediu comida para a gente? 

— Eu nunca provei comida indiana — confesso. 

Ryan me lança um olhar por cima do ombro. Adentramos o escritório que tem uma mesa pequena com duas cadeiras e outra redonda e menor, mais no canto, como se fosse uma mesa utilizada para uma espécie de chá da tarde. 

Indecente • COMPLETO Where stories live. Discover now