vinte e seis

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RYAN

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RYAN

Eu não usei a porcaria da maconha. Juro. Porra, por que ela não pode simplesmente acreditar em mim? Por que ela não pode me dar o benefício da dúvida ao invés de me julgar como todos fazem? 

O fato de ela ter duvidado de mim não me irrita. As circunstâncias a levaram a acreditar nisso. Mas o que me incomoda é o fato de ser ela a duvidar, não outra pessoa. Eu me abri para Jade, deixei ela ver o pior de mim, e talvez esse tenha sido o meu pior erro. Não queria confiar nela, não queria confiar em ninguém, mas foi tão natural que eu simplesmente não percebi. Agora já é tarde demais. 

Eu estava bem sozinho. Juro que estava. Vivendo um dia de cada vez, abraçando a solidão como uma velha amiga, sem me envolver emocionalmente com ninguém. Então por que ela tinha que aparecer a bagunçar todo o meu universo? Isso não é justo. Eu não pedi para gostar dela tanto assim, mas ainda assim esse sentimento irritante está aqui no meu peito feito uma coceira insuportável, me implorando para voltar lá e calar aquela boca inquieta com um beijo ardente. 

Eu a odeio tanto! 

Não odeia, não… uma vozinha irritante cantarola no fundo da minha mente. Então eu percebo o que mais me incomoda: odeio não odiá-la. 

A festa acabou para mim. No fundo eu sabia que não deveria ter vindo, que deveria ter ficado na oficina e trabalhado até tarde para aperfeiçoar o motor do Mustang. Mas quando ela disse que viria a essa festa, eu não aguentei. Não porque senti ciúmes de ela transitando com um vestido colado e sexy pelo meio de um bocado de marmanjos, mas sim porque eu queria desesperadamente vê-la, beijá-la, tocá-la… 

Mas que diabos está acontecendo com você, Ryan? Põe a porra da cabeça no lugar! 

Finalmente consigo localizar o meu carro do lado de fora. Uma garota me cumprimenta quando eu passo com uma voz adocicada, mas eu ignoro completamente. Estou fodidamente irritado, com raiva, e não quero descontar nas pessoas que não tem nada a ver. Entro no Mustang, bato a porta com mais força do que o necessário e tenho dificuldade de enfiar a chave na ignição depois de prender o corpo contra o banco com o cinto de segurança. 

Relaxa, cara, você precisa apenas relaxar… essa raiva não faz bem para você e você sabe disso. Sabe de todas as coisas ruins que esse sentimento causou a você. Não deixe que ela te consuma como das outras vezes. 

Finalmente consigo funcionar o carro. Saio da vaga e acelero para fora da propriedade, a fim de chegar em casa o mais rápido possível e afundar o rosto no travesseiro. 

Mas ela não sai da minha cabeça. Aquela maldita mulher que acabou de foder com os meus sentimentos continua ecoando na minha mente: seu olhar, seu sorriso, as expressões do seu rosto… está tudo gravado aqui como um disco de vinil, e mesmo que eu queira expulsá-la daqui de dentro, eu não consigo. Quanto mais eu tento, mais permanente ela parece ser. 

Indecente • COMPLETO Where stories live. Discover now