Capítulo 11: Insanidade

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Todos os policiais da unidade deram um salto de susto, apontaram as armas para Bárbara.
— Mãos na cabeça... Agora. — Disse Danilo tremendo igual vara verde.
Estavam todos com medo, policias armados, alguns pareciam um armário, com medo de uma adolescente de 17 anos que matava pessoas... 19 pessoas para ser mais exata.
Bárbara foi algemada e levada para a sala de interrogação.
— Bárbara, é com muita satisfação que te interrogo. É o maior caso que já peguei em 15 anos como policial. — disse Danilo. — O que a levou a matar 19 pessoas no corredor do colégio?
— Acho que... — Bárbara deu uma pausa. — Ciúmes.
— Ciúmes de Rodrigo? Você gostava do professor e saiu matando geral?
— Da Natália. Eu... Gosto muito dela. Eu percebi que tinha algo diferente entre eles, no dia que eu o matei, vi eles fazendo sexo, perdi o controle.
— Aonde conseguiu aquela roupa, a máscara e o machado?
— A roupa é uma fantasia de halloween que comprei, levei para escola, caso tivesse algum evento a fantasia eu iria usar.  O Machado eu peguei no achados e perdidos do colégio... Quem perde um machado num colégio?
— Matou 19 pessoas por ciúmes?
— Sim, estava tudo planejado, matar Rodrigo e algumas pessoas, causar medo e fazer todos pensarem que ele ressurgiu dos mortos para se vingar, não percebi quando isso saiu do controle.
— Desde que nos conhecemos, tem uns 5 ou 6 anos, mais ou menos. Sempre senti ciúmes dela com outras pessoas. Só percebi que estava doentio quando matei Rodrigo.
— Ela nunca percebeu isso? O seu ciúme?
— Percebeu, mas achou que fosse normal entre amigas, ela nunca achou que fosse chegar a esse nível.
Eva e Michel estavam do lado de fora da sala de interrogação.
Os policiais tiraram Bárbara da sala algemada nas mãos e pernas.
— Me fala que isso é mentira. É uma acusação falsa, fala Bárbara. — dizia Eva chorando, Michel a segurava.

Bárbara ficaria na cela da delegacia até seu julgamento.
— Oi, Bárbara.
Era Natália.
— Natália?
— Eu não posso entrar na cela, você é considerada um risco para a sociedade. Cabeçuda. Por que tudo isso? Por minha causa? Conversei com sua mãe. Poderíamos ter conversado.
— Desculpa. Uma psicóloga conversou comigo, disse que tenho síndrome de Otelo. Vai usar isso no tribunal. A esquizofrenia também, sei que não justifica, mas pode reduzir minha pena.

* Síndrome de Otelo: É um distúrbio caracterizado por pensamentos delirantes de ciúme. O delírio que alimenta o ciúme pode ser parte de um transtorno crônico ou paranóia, mas também pode indicar um quadro de demência por deterioração do córtex cerebral.

Mais tarde, um homem chegou a delegacia, Vicente Castro.
— Bárbara? Sou Vicente, seu advogado.

O CORREDOR DO MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora