Capítulo 12: finais

3 2 0
                                    

Houve o julgamento.
Os sobreviventes testemunharam.
Os pais de Bárbara testemunharam.
Natália testemunhou.
Psicólogos e psiquiatras falaram sobre as condições psiquiátricas de Bárbara.

Hernani, o psiquiatra de Bárbara foi interrogado, condenado por negligência e suspensão do cargo como psiquiatra.
Bárbara, condenada a 15 anos de prisão psiquiátrica. Mesmo se tratando de uma menor de idade, a juíza de Halsville não tinha misericórdia com seriais killers. Em Halsville não havia prisões, então Bárbara foi levada para uma mais próxima.
— Eu sou menor de idade.
— Eu sei, vivemos em Halsville, aqui as leis são aplicadas em todos. — disse Vicente. — Quando você cumprir 2 anos, vou tentar o regime semi- aberto.
— Eu quero sair daqui.
Bárbara almoçava. Algemada nas mãos e pernas.
— Como você dorme a noite? Era para eu pegar  uns 40 anos de prisão.
— Eu durmo tranquilo, por que?
— Matei 19 pessoas no corredor. Você estudou direito por 5 anos para defender pessoas horríveis. Alguns são inocentes de fato, mas eu matei mesmo.
— Eu sou pago para isso. Seu pai me pagou.
— Viu minha mãe?
— Não. Ela está abalada com tudo. Segundo sua mãe, ela não te gerou durante 9 meses para você se tornar uma assassina.
— Justo.

Natália a visitou algumas vezes.
Michel também.
— Como está a mamãe?
— Bem. Está tomando calmantes para dormir. Vamos nos mudar de Halsville. — disse Michel.
— Eu estraguei tudo, né?
— Não, não. Você perdeu a noção da realidade. Eu e sua mãe estamos sendo ameaçados de morte. Vamos morar em outro estado, em Minas Gerais talvez.
Bárbara fez 18 anos. As outras detentas não se atrevia a mexer com Bárbara, sentiam medo. A garota ficava 23 horas numa pequena, isolada, apenas ela, bem longe de outras detentas, saía durante 1 hora acompanhada de 5 policiais, algemada nas mãos e pernas. Bárbara estava sendo considerada a sujeita mais perigosa de SP, ninguém queria arriscar que ela ferisse alguém ou fugisse.
Vicente lhe visitava com frequência.
— Meus pais vão embora de Halsville.
— Eu sinto muito, eles só querem recomeçar. Fui eu quem sugeriu que eles fossem embora, ameaçaram seus pais de morte.
— Eu sou um monstro.
— Não é.
— Você tem quantos anos?
— 38. Estava cursando o 3° ou o 4° ano de direito quando você nasceu. 
— É né.
Sorriram.
— Você é linda. É impróprio um advogado falar isso para uma cliente.
— Você é lindo também. Um partidão.
As conversas duravam horas.

O CORREDOR DO MEDOWhere stories live. Discover now