Capítulo 13: O fim da vilã?

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Os dias se passaram. Muitos dias.
Eva foi visitar Bárbara.
— Oi... Bárbara.
— Mãe.
Um vidro as separava.
— Adoraria lhe abraçar. — disse Eva.
— Eu também.
— Eu e seu pai nos mudaremos amanhã para Belo Horizonte. Precisamos recomeçar. Estou grávida.
— Vou ter um irmão? Meu Deus, eu estraguei tudo.
— Não estragou. Lhe escreverei cartas, está bom?
E, assim Michel e Eva foram embora.
Natália terminou o ensino médio em outra escola.
Jonas precisou fechar o colégio. Ficou traumatizado com o ocorrido.
Os professores sobreviventes não queriam mais exercer a profissão, alguns mudaram de bairro e começaram uma vida nova.

Bárbara cometeu suicídio na cadeia.
O terror cessou, ninguém mais falava tanto sobre os assassinatos no corredor após a morte de Bárbara.

Vicente saiu com um mala.
— São os pertences de Bárbara.
Saiu do presídio psiquiátrico.
Tirou Bárbara de dentro da mala e a colocou dentro do carro.
— Coloca o cinto.
— Pronto, "kirido"
Isso mesmo, Bárbara forjou o próprio suicídio com a ajuda de seu lindo advogado. Colocaram o corpo de uma garota idêntica a Bárbara, uma garota sem identidade e sem família. Bárbara, a mestre em despistar câmeras.
— Obrigada pela ajuda, não conseguiria sem você.
— Como vou saber se não vai me matar?
— Me mantenha medicada.
— E a questão da síndrome de Otelo?
— Mais medicação. Olha, eu só preciso de um psiquiatra, uma psicóloga, uma terapeuta e remédios... Só. Não ofereço risco para a sociedade fazendo terapia.
— Ok.
— Vamos para onde, Vicente?
— Para onde quer ir?
— Eu gosto do Sul. Pensei em Campo Grande ou Porto Alegre.
— Eu gosto de Porto Alegre.

Era uma ideia insana se passar por morta e fugir com seu advogado. Foram para Porto Alegre de carro. Se casaram, Bárbara fazia terapia e estava bem, não ficou agressiva e com certeza não mataria mais ninguém. Ficou grávida e nasceu um casal de gêmeos: Miguel e Maria.

A vilã foi esquecida, para sempre.

O CORREDOR DO MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora