[Shoyo Horan]A cada agulha que era enfiada em minha pele vinham novos e mais novos medicamentos, olhando para a frente via Sam e Near travando uma batalha que era indescritível para a tentativa de um novo tratamento que favorecesse as chances de recuperação. A poltrona de onde eu via o soro descer pelo pequeno caninho conectado era confortável, tinha um pequeno furinho, foi em uma de minhas traquinagens quando mais nova, eu amava correr pelo antigo consultório, e um dia roubei um dos utensílios de Near e esbarrei na poltrona fazendo a mesma ficar com um furo, boas memórias mesmo que eu tenha tomado a maior bronca na época.
- Droga! Porquê nunca dá certo?!
Near dizia derrotado.
Eu poderia chutar que aquilo significava que mais um dos exames que ele havia feito no meu corpo não mostravam melhoras, mesmo depois de tantos e mais tantos tratamentos testados e feitos depois da descoberta dessa tal bactéria, já era de se esperar, é uma doença considerada fatal pra muitos, a mim já não fazia mais medo, já havia me acostumado com a idéia de viver assim de qualquer forma, o medo era uma coisa sem sentido considerando coisas que eu já tinha passado.
- Calma Near, talvez a gente possa-
Sam tentava aliviar o clima do jeito que conseguia.
- NADA DÁ CERTO! Não importa o que eu faça, o quanto eu estude, nada faz efeito nessa bactéria, ela resiste a tudo!
Falou ele estressado.
As últimas gotas do soro pingaram e chegaram ao fim, pelo menos pra mim aquilo era o mais importante. A intensidade das coisas não emitiam peso ou medo sobre minhas costas, meus sentimentos eram coisas razas e meio que sem sentindo, talvez eles tenham se perdido quando eu fiquei trancada aqui, ou tenham morrido quando me despedi dos meus amigos e de Katsuki, bom, nada muda, as nuvens do céu de sempre continuam as mesmas e o meu jeito de ser voltava a ser o mesmo de antes.
- Near, tenta se acalm-
- COMO EU VOU ME ACALMAR?! Sam se essa droga não der certo, a Shoyo morre!!... Sam tira ela daqui.. Por favor..As palavras dele surgiram como facas em Sam, dava pra ver que os olhos de Near se enchiam de lágrimas, a mulher sem ao menos pestanejar me puxou de forma delicada.
- Shoyo preciso que venha comigo.
Ela disse sem olhar nos meus olhos.
Somente obedeci sua ordem. Passamos pelo corredor dos enormes vidros vendo os alunos através dele. A nova ala criada pelo Nezu era muito espaçosa, tinha várias salas, até um dormitório onde eu passava as noites e quando ia para descansar do tratamento, mesmo que eu passe a maioria do tempo dentro daquelas várias salas esbranquiçadas e sem vida o que não me incomodava, também tinha um jardim com vista para a entrada da academia, bom quem tinha me dito era Sam.
- Tenta ignorar o que o Near fala ok? Ele só tá um pouco estressad-
- Ele tava daquele jeito por conta do tratamento falho, não é?
Fui direta.- Shoyo-...
- Eu já falei que não tenho medo de morrer, porque continuam se preucupando com isso?
- Shoyo é a sua vida em risco, ninguém aqui quer te perder. O Near te ama como se você fosse uma irmã mais nova pra ele, ele não quer te perder, e eu também não, tenta presar mais pela sua vida, ela é muito importante...
A mulher abaixou sua cabeça em sinônimo de tristeza.
Ficamos caladas o resto da caminhada inteira, até chegar em um corredor sem saída, apenas com uma sala com duas portas que eu poderia chutar que seria algum laboratório ou depósito.
- Shoyo eu não queria te contar, mas... O Nezu, ele..-
- SSSSAAAAAMMM BOM DIA, COMO VOCÊ ESTÁ?!
Ao entrarmos Sam foi recebida com um abraço de urso de uma pequena menina de cabelos pretos como carvão até os ombro, olhos castanhos e de vestimentas brancas bem parecidas com roupas de hospital, a mulher repentinamente abriu um sorriso, e pegou a garota nos braços. No fundo, mesmo que por apenas um palpite, eu sentia que sabia do porque aquela menina estava alí, e o motivo.
- Saki, que falta de educação, vai falar apenas comigo? Trouxe uma amiga pra te ver.
Disse a mulher.- Desculpa Sam, eu achei que fosse uma boneca, tem certeza que ela se mexe?
A menina veio a mim, e me avaliou dos pés a cabeça.
- Ha ha, eu tenho certeza. Saki essa é a Shoyo, Shoyo essa é a Saki, o senhor Nezu a adotou pra-
- O Tio Nezu é muito bom e fofinho, Shoyo acredita que ele me adotou pra eu me tornar filha dele? Ele disse que eu vou ser muito feliz aqui, eu tô amando viver nesse lugar, a Sam, o Near, as outras pessoas que trabalham aqui e principalmente o tio Nezu me tratam como uma princesa.
A garota mostrava brilho nos olhos, o que por sua vez me deixava supresa, ela tinha tanta esperança... Talvez, acabasse como eu.. Aquela criança me lembrava o meu passado e sem ao menos notar as lembranças tomavam conta da minha cabeça.
- ...Saki meu amor, acho melhor você-
- Uau... Ela parece mesmo com uma boneca... Sam, ela pode ficar aqui comigo? Tem muito espaço no meu quarto.
Implorou Saki, puxando a manga do jaleco de Sam.
- Ha ha, a Shoyo já tem um quarto Saki, aposto que ela prefere ter um cantinho só pra ela, não é Shoyo?
Perguntou a mulher.- Claro, não quero incomodar.
Me curvei.- Não precisa se curvar bonequinha, estamos entre amigos. A Sam me ensinou que eu deveria me curvar em forma de cumprimento ou desculpas para alguém que eu não tenha uma certa intimidade, eu sou sua amiga, não sou?
A minha cabeça se tornou um flashback só, lembrava de quando havia dito que o meu amado garoto Katsuki não era um amigo, quem diria que ele iria tão longe para acabarmos assim.
- É claro, é claro que somos amigas Saki.
Disse me abaixando, ficando na altura da criança.
- Saki, florzinha, porque não vai buscar aquela boneca que você ganhou ontem de presente do Near, para mostrar pra Shoyo? Aposto que ela tá louca pra ver.
E em segundos a garotinha assentiu cumprindo o mandado, saindo para fora da sala, indo diretamente para o seu dormitório.
- Deviam contar pra ela..
Disse eu.- Ela é uma criança, mesmo que contassemos ela não entenderia.
Justificou a mulher ao meu lado.- Senhor Nezu pegou ela para caso eu morra, não é? Se eu morrer ele vai ter um corpo reserva pra completar o projeto.
- Minha pequena... Eu tentei evitar ao máximo que ele fizesse isso de novo, mas não adianta enquanto o projeto não der certo, ele vai continuar persistindo.. Me desculpa Shoyo, eu não queria ver você passar por essas coisas, por tudo isso.
Assim que a mulher terminou de falar me acolheu em seu abraço de urso, sentindo suas lágrimas caírem sobre meu ombro.
- Shoyo porquê a Sam tá chorando?
Perguntou a pequena, pelo visto ela era rápida, talvez essa fosse a individualidade dela agora.
- Não foi nada, caiu um cisco no olho dela. Saki, qual é a sua idade? E a sua individualidade?
Perguntei.- VOCÊ FALA! Que voz bonita.. Mas respondendo, eu tenho 6 anos, fiz na semana passada e a minha individualidade é velocidade, é um dos meus traços favoritos em mim, eu adoro a minha individualidade, quero me tornar uma grande heroína no futuro.
Disse ela com toda convicção.
- Espero que possa realizar o que quer Saki, boa sorte.
- É ISSO AÍ, EU VOU CONSEGUIR! Boa sorte para nós bonequinha!.
A menina sorriu de orelha a orelha me fazendo ficar mesmo que com pouca, com uma sensação boa no peito.
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𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐎 || 𝘉𝘢𝘬𝘶𝘨𝘰𝘶 𝘒𝘢𝘵𝘴𝘶𝘬𝘪
Fanfiction[CONCLUÍDA] Em exatos dois universos onde dois tipos de pessoas de diferentes personalidades se conectam sem ao menos perceber. A garota de cabelos coloridos por Rosa e preto nomeada Shoyo era como uma fantasma sem sentimentos da enorme U.A, usada c...