Uɴғᴏʀᴇsᴇᴇɴ || Five Hargreeves

capítulo 62

A morte estende a mão na minha direção estalando os dedos duas vezes, na terceira me vejo na mata onde vejo meu corpo aflito à procura de Five e ele naquele estado de decomposição abaixo das folhas, ver a cena na terceira pessoa me deixa aflita.

Morte: agora é só entrar no seu corpo e continuar vivendo.

Olho para trás onde a morte está parada aguardando o trabalho ser feito. Quando me viro novamente para ver a cena avisto a alma de Five ensanguentada me encarando e encarando meu corpo andando. O espanto dele é tanto que Five vem ao meu encontro tocando minha alma ainda sem acreditar.

- era pra isso acontecer morte?

Morte: não sabia que a alma dele estava penada aqui mas é bom que vocês já se despedem.

Five: mas como... - ele passa a palma da mão pelo meu rosto e sinto uma corrente energética transpassar minha alma de cima a baixo.

- eu morri no futuro.

Five: quando?

- semanas depois, mas não vem ao caso. Pode se retirar Morte, daqui em diante eu assumo.

Morte: voltarei para meu escritório mas estarei de olho, acho bom que tudo siga como o planejado.

- claro.

Em um estalo a morte some dali deixando eu e Five a sós. Abraço ele sentindo a corrente energética ir e vir em uma sensação gostosa.

Five: o que você negociou com aquele cara?

- meu amor, você precisa confiar em mim.

Five: só me conte.

- fica perto do seu corpo que o resto eu faço.

Five: tá bom.

Chego perto da minha versão semanas mais jovem e sem medo entro no corpo dela me fundindo novamente com a carne, novamente sentido o tato e o cheiro do local que não é agradável.

Vou até o corpo de Five e deixo tudo ocorrer como na última vez: as emoções me dominarem, o choro sair descontroladamente e principalmente as criaturinhas fazerem a mágica. Instantes depois, Five fica ali à minha frente espantado com o que acaba de acontecer.

Five: mas que...

- não temos tempo. Criaturinhas, Drae, seja lá o que forem, saiam de mim e levem uma cópia das minhas memórias das últimas semanas para a consciência de Five.

Five: mas que raios é Drae?

- deita e aprecia a sensação.

Deitamos ali mesmo no chão onde Draes se desprendem do meu corpo entrando no de Five e vise versa. Instantes depois o processo termina e Five tenta raciocinar todas as informações.

Five: eu não tenho nem palavras, a gente já...

- pois é, pois é. Já tivemos nossos bons momentos.

Five: é estranho lembrar das coisas no seu ponto de vista.

- de momento vai precisar se contentar com isso.

Five: pelo menos eu mando bem.

- manda. - não evito rir da situação.

Five: mas falando sério, eu devia estar morto… e agora?

- e agora que eu acho que a morte vai vir atrás de mim e de acordo com aquele contrato vou perder a memória.

Five: aí você quer que eu te devolva essas memórias?

- exatamente.

Five: isso é literalmente brincar com a morte.

- eu sei, mas é um risco que eu preciso correr.

Five: quando eu te devolver as memórias posso ocultar alguma?

- acho que sim, mas eu não quero que você me oculte nada.

Five: Liam. Você já sofreu demais não merece lembrar disso.

Memórias tristes do ocorrido no chalé invadem minha mente me deixando triste e abatida, Five percebe e me abraça, esquentando meu corpo.

- talvez seja bom esquecer isso mesmo, mas precisamos deixar o tempo correr igual nessas memórias pra colocar outro plano em ação.

Five: que plano?

- o velho hargreeves é alienígena e quer comer nossos irmãos, lembra?

Five: de acordo com essas memórias, lembro.

- vamos voltar no planeta dos alienígenas e travar uma guerra lá.

Five: pra que?

- se eles estiverem mortos não poderão fazer mal aos nossos irmãos.

Five: você quer exterminar um planeta?

- não é má idéia. - olho com um sorriso malicioso na direção de Five que me olha assustado.

Five: não seria mais fácil voltar no passado e matar o Reginald enquanto é bebê?

- aí nós não nos conheceríamos.

Five: ah verdade. Hm e se esses tais Drae protegessem nossos irmãos?

- não daria certo, iria ser travada uma briga aqui na terra. Vamos acabar com o planeta Venice que acaba tudo.

Five: querida, você quer exterminar um planeta, nem temos como fazer isso.

- temos sim.

Five: como?

- quando eu morri, aquelas poeiras coloridas que atingiram a nave eram poderosas e muito destrutivas quando tocavam a energia das estrelas de luz própria. Se juntássemos essas poeiras e jogássemos no planeta provavelmente haveria uma explosão grande o suficiente para matar todos.

Five: isso é tão malvado.

- pra mim estamos apenas salvando nossos irmãos.

Five: vamos estar literalmente destruindo um planeta para matar apenas algumas pessoas, isso não é justo, seriam muitos inocentes morrendo.

- eles comem humanos e você vem querer falar de justiça?

Five: tá, talvez eles sejam maus mas vamos ser piores que eles?

- exatamente. Tá dentro do plano?

Five: não sei se isso vai dar certo mas eu tenho escolha a não ser te ajudar?

- não, não tem.

Five: então eu topo né.